O presidente Jair Bolsonaro escolheu um delegado da Polícia Federal (PF) que atuou na sua segurança logo após as eleições de 2018, Alexandre Ramagem Rodrigues, para chefiar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O delegado atualmente trabalha na assessoria do general Santos Cruz, da Secretaria de Governo, no Planalto. É a primeira vez, desde 2007, que um presidente escolhe um nome de fora dos quadros da Abin.
A escolha foi considerada internamente na agência como uma decisão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e do presidente e ainda não há uma avaliação sobre a experiência e a competência do novo diretor na área de inteligência.
Ramagem trabalhou na segurança de Bolsonaro depois do atentado a faca sofrido pelo então candidato em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG). Ele coordenou os trabalhos, que envolveram cerca de 55 policiais, do final de outubro até a posse de Bolsonaro, em 1º de janeiro.
Antes disso, o delegado, que tem cerca de 15 anos de carreira na PF, trabalhou na superintendência de Roraima e, no Rio de Janeiro, conduziu a operação Cadeia Velha, de 2017, que prendeu os então deputados estaduais do MDB Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi.
Em março de 2018, Ramagem foi nomeado coordenador de recursos humanos da PF em Brasília. No começo deste ano, chegou a ser cotado para assumir a superintendência da PF no Ceará.