A um mês do fim do mandato, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso na manhã desta quinta-feira (29) pela Polícia Federal, no Palácio Laranjeiras, sede do governo do Estado. A ordem judicial é do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A prisão tem relação com fatos revelados no braço carioca da Operação Lava-Jato. O pedido partiu da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Pezão foi vice-governador do Rio na gestão de Sérgio Cabral (MDB), entre 2007 e 2014. Cabral está preso desde novembro de 2016, condenado a mais de 180 anos de prisão. A Lava-Jato atribui ao ex-governador o comando de um esquema milionário de corrupção e propinas.
A operação desta quinta-feira foi desencadeada tendo como base informações obtidas na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral. Segundo o delator, Pezão recebia mesada de R$ 150 mil quando era vice-governador.
A delação detalha ainda pagamento de 13º salário de propina e dois pagamentos de R$ 1 milhão como prêmio. Além de Pezão, outras oito pessoas também foram alvos de mandados de prisão.
Chegada à PF
Pezão deixou por volta das 7h30min o Palácio Laranjeiras, residência oficial, escoltado pela PF. O emedebista chegou à sede da corporação no Rio pouco antes das 8h.
Imagens mostraram o governador descendo de um dos carros da comitiva ao lado de policiais federais. Ele não usava algemas.
Agentes da PF estavam na residência oficial desde as 6h. O chefe do Executivo fluminense foi levado num comboio de três veículos, com vidro fumê.
Pezão é o terceiro governador do Rio de Janeiro preso e o primeiro em cumprimento do mandato. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Sergio Cabral foram presos. Também foram detidos, anteriormente, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (MDB) e vários parlamentares da Casa.