O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quarta-feira (31) que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), ainda não definiu se vai unir em uma só pasta os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
— O presidente ainda não bateu o martelo. Ele está analisando mais de um desenho de organização de ministérios. O que tem é o conceito: de 29 pastas vai cair para 14, 15 ou 16. Eu vou levar uma série de informações a ele na sexta-feira e, na próxima terça, ele vai anunciar a estrutura ministerial —afirmou Onyx.
O anúncio da fusão causou protestos de ambientalistas, do atual ministro do Meio Ambiente e na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança.
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, também já se mostrou contrário à fusão dos dois ministérios e chegou a dizer que a proposta seria revista. Depois disso, no entanto, integrantes da equipe de Bolsonaro confirmaram a união.
— Não posso defender com a mesma ênfase como defendia antes, porque a gente precisa ouvir mais segmentos — afirmou Garcia.
Onyx deu as declarações após se reunir com o senador Ronaldo Caiado (DEM), governador eleito de Goiás. Nos bastidores, até aliados de Bolsonaro têm afirmado que a junção de Agricultura com Meio Ambiente seria "nitroglicerina pura".
A nova configuração da Esplanada não foi antecipada pelo futuro ministro, sob o argumento de que há várias propostas sendo avaliadas. Questionado sobre quais ministérios ficariam sob o guarda-chuva de Infraestrutura, ele disse apenas que "há dois modelos em estudo".
Mais cedo, em reunião no Palácio do Planalto com o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, Onyx entregou uma lista com 22 nomes que vão compor a equipe de transição do governo Bolsonaro. O presidente eleito pode contar com até 50 assessores na transição.
— Agora, começamos uma nova fase, que é de falar pouco e trabalhar muito para apresentar resultado — disse ele, esquivando-se de responder mais perguntas.