O ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta sexta-feira, 21, que a participação das Forças Armadas nas eleições 2018 será única e exclusivamente voltada para a garantia de que a votação transcorra em clima de normalidade, conforme assegura a Constituição. Segundo ele, os militares não vão interferir no processo político e não questionarão o resultado da votação, qualquer que venha a ser.
"A Bíblia das Forças Armadas é a Constituição Federal, o Artigo 142 e as Leis Complementares. Fora desse caminho não há trilha, não há caminhada jamais. Não há risco nenhum de as Forças Armadas aceitarem ou deixarem de aceitar aquilo que é legal. Nós temos mais é que garantir as instituições funcionando em condições normais e quando solicitados garantir a lei e a ordem", disse o ministro.
Em seu caput, o Artigo 142 da Carta afirma: "As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."
O general Silva e Luna deu entrevista após palestra sobre a crise migratória dos venezuelanos que têm entrado em massa no Brasil, na 15ª edição da Conferência Internacional de Segurança Forte de Copacabana. O tema do encontro é "Gerenciamento de Crises Internacionais: Desafios e Perspectivas para a América Latina e a Europa". O evento é pela fundação alemã Konrad Adenauer Stiftung.
Mal interpretado
Em entrevista ao Estadão no último dia 9, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, levantou a hipótese de o governo eleito ter sua legitimidade questionada. A fala foi interpretada por partidos de oposição como uma ameaça à democracia. Segundo o ministro, no entanto, o general foi mal interpretado.