Carlos Miranda, apontado pela Justiça como operador do esquema financeiro chefiado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, revelou em delação premiada que o grupo usou até helicóptero para trasportar propina. De acordo com o portal G1, o operador afirmou que o transporte aéreo aconteceu na campanha eleitoral de 2010 e que o dinheiro vinha de propina na área da saúde.
O homem por trás do dinheiro, segundo o operador, era Ronald de Carvalho, empresário muito amigo de Luiz Fernando Pezão, atual governador do Rio, que na época era vice-governador.
Miranda disse ainda que em 2012 recebeu ordem de Wilson Carlos, então secretário de governo na gestão de Cabral, para fazer pagamentos mensais de R$ 100 mil ao PDT, para Carlos Lupi, presidente nacional do partido desde 2004. Ele afirmou que pagava para uma pessoa conhecida como Senhor Loureiro, que seria tesoureiro do PDT, e que as entregas eram feitas na sede do partido pelos funcionários do doleiro Renato Chebar.
Conforme os trechos da delação, obtidos pela TV Globo, o operador também disse que houve pagamento de propina para a Secretaria de Meio Ambiente no primeiro mandato de Sérgio Cabral, entre 2007 e 2010.
Na delação, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal, Carlos Miranda envolve também o ex-secretário dos governos Cabral e Pezão, Sérgio Ruy Barbosa. Segundo Carlos Miranda, Sérgio Ruy montou desde o primeiro mandato um esquema de pagamentos de propina.