O Brasil terá de arcar com uma dívida de R$ 1,5 bilhão dos governos de Moçambique e Venezuela. Os dois países firmaram contratos com empresas brasileiras por meio de financiamentos com dois bancos, mas não efetuaram os pagamentos. Responsável pelo fundo garantidor de exportações, o Brasil herdou o débito. Na prática, é como se o governo brasileiro fosse avalista dos contratos.
Nesta quinta-feira (26), o Planalto mobilizou líderes do Congresso para pedir a aprovação pelos parlamentares de um remanejamento de recursos de aproximadamente R$ 1,3 bilhão para o pagamento da dívida. O presidente Michel Temer participou de uma reunião com representantes da base no legislativo e pediu empenho para que a liberação da verba seja aprovada na semana que vem. Para cumprir o prazo do contrato, o débito precisa ser quitado até 8 de maio.
Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, a pendência é com dois bancos, o BNDES e o Credit Suisse, em financiamentos que viabilizaram obras e serviços em Moçambique e na Venezuela, executados por empresas brasileiras. O ministro disse que não pagar a dívida está “fora de cogitação”.
— O Brasil faz questão de honrar com este pagamento porque isso é fundamental para a continuidade das nossas exportações. Nós não trabalhamos com a hipótese da não aprovação (no Congresso) — afirmou Marun.
Para isso, o Planalto ainda terá de convencer os parlamentares a virem a Brasília na semana que vem. Em função do feriado do Dia do Trabalho, em 1º de maio, há tratativas para que a Câmara e o Senado estendam a folga durante toda a semana.
Marun disse que a área econômica do governo ainda não decidiu de onde irá retirar os recursos para pagar a dívida. Mas, segundo ele, está certo que o dinheiro será remanejado de outras áreas, ou seja, não haverá orçamento extraordinário.