A Polícia Federal faz buscas nesta sexta-feira (9), na casa do ex-ministro Antonio Delfim Netto. A ação faz parte da Operação Buona Fortuna, 49ª fase da Lava-Jato e também mira seu sobrinho, o empresário Luiz Appolonio Neto.
Em agosto de 2016, em depoimento ao delegado da Polícia Federal Rodrigo Luís Sanfurgo de Carvalho, da Lava-Jato, Delfim Netto, 89 anos, afirmou que recebeu R$ 240 mil em espécie da Odebrecht em outubro de 2014 por "motivos pessoais, por pura conveniência", devido a um serviço de consultoria que ele teria prestado à empreiteira.
Ele declarou, na época, que "presta serviços" para a empreiteira há 20 anos, mas que esta consultoria específica, pela qual ganhou R$ 240 mil, foi feita sem contrato. Afirmou que não recebeu outros valores da empreiteira em circunstâncias similares.
O ex-ministro alegou, ainda, que "não tinha ideia" que o valor foi pago pelo setor da Odebrecht responsável pelo caixa 2 da empreiteira, conforme revelou a investigação da Lava-Jato. O ex-ministro não detalhou qual foi o serviço de consultoria para a Odebrecht que justificou os R$ 240 mil. Ele afirmou, na ocasião, que o dinheiro já havia sido gasto e declarado em seu Imposto de Renda
Delfim foi o todo poderoso ministro da Fazenda do regime militar, nos anos 1970. Ele ficou famoso como o ministro do "milagre econômico".
Nesta nova fase, policiais federais cumprem nove mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná e São Paulo.
Em nota, a PF informou que as investigações identificaram modus operandi semelhante ao já investigado nas demais fases da Lava-Jato, que consistia no pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos por parte de consórcio de empreiteiras diretamente interessado nos contratos de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Os mandados judiciais cumpridos nesta manhã foram expedidos pelo Juízo Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.
Contraponto
A reportagem está tentando contato com a defesa de Delfim Netto. O espaço está aberto para manifestação do ex-ministro.