O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arrolou como testemunhas de defesa na ação penal envolvendo o sítio de Atibaia (SP), seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e sua sucessora, Dilma Rousseff (PT). O juiz federal Sergio Moro, que conduz a ação penal contra Lula — denunciado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro — marcou as datas dos depoimentos nesta quinta-feira (8). Ao todo, o magistrado agendou 49 interrogatórios de testemunhas de Lula.
Dilma está intimada a prestar esclarecimentos por meio de videoconferência de Porto Alegre no dia 25 de junho. Já FHC vai falar a Moro em 28 de maio.
Entre as testemunhas de Lula, estão outros quadros do PT, como os ex-ministros Ricardo Berzoini, Jacques Wagner, Miriam Belchior e Ideli Salvatti.
O caso do sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava-Jato. Segundo a acusação, as empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin e o pecuarista José Carlos Bumlai gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras.
A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente.
O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar — filho do ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar — e Jonas Suassuna.
A Lava-Jato sustenta que o sítio é de Lula. O petista nega as acusações.