A Comissão de Ética Pública da Presidência concedeu um prazo de dez dias corridos, a partir desta segunda-feira, 19, para que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, dê explicações sobre suas declarações a respeito do inquérito que apura irregularidades envolvendo o presidente Michel Temer no chamado Decreto dos Portos.
Só depois disso, é que o órgão colegiado vai decidir de abre ou não um processo contra Segovia. Normalmente, as punições na Comissão costumam ser advertências, mas há também casos em que ela pode sugerir a exoneração de servidores. "Interessa de fato a Comissão saber se as informações privilegiadas foram devidamente preservadas e se houve ou não houve uma espécie de transgressão praticada pelo diretor-geral", disse Mauro Menezes, presidente da Comissão.
Menezes explicou que o processo contra Segovia foi aberto na semana passada como resultado de uma representação apresentada pelo líder do PT, deputado Paulo Pimenta. Quando a colegiado recebe representações o processo é aberto automaticamente. "Ainda estamos numa fase preliminar, de maneira que é mais prudente escutar os esclarecimentos do diretor-geral", completou Menezes.
Em entrevista à Reuters há dez dias, Segovia afirmou que as investigações não encontraram provas de irregularidades envolvendo o presidente Michel Temer no chamado Decreto dos Portos. Ele sinalizou que a corporação vai recomendar o arquivamento do inquérito aberto contra o emedebista no Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje Segovia teve que prestar esclarecimentos ao ministro do STF, Luis Roberto Barroso.