O presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta quarta-feira (31) que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse participar da eleição e fosse derrotado nas urnas, o resultado seria "politicamente adequado".
—Do ângulo jurídico, eu não dou um palpite sobre decisão judicial porque eu estaria invadindo competência de outro Poder e eu sou muito consciente da necessidade para que um Poder não invada a competência do outro. Agora, sob o foco político, eu confesso que se ele pudesse participar das eleições, não sei se poderá, eu acho que a derrota dele politicamente seria mais útil do que uma derrota simplesmente de natureza judicial — afirmou em entrevista à Radio Metrópole, da Bahia.
Na entrevista, o presidente evitou falar sobre o candidato governista no pleito de 2018 e disse que só definiria isso no fim de maio. Ao ser questionado sobre o interesse do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em concorrer, Temer exaltou o nome do auxiliar, mas evitou se posicionar em relação às eleições.
— O Henrique Meirelles tem a melhor qualificação, mas neste momento, eu não quero avançar o sinal — disse.
O presidente reiterou acreditar que, nessa disputa, um candidato que quiser criticar o governo terá de dizer que "é contra o teto dos gastos, porque quero gastar à vontade", exemplificou.
Temer disse ainda considerar como legado de seu governo nos palanques a reforma do Ensino Médio, a modernização trabalhista e a redução da inflação e dos juros.
Ao ser indagado sobre uma possível saída do DEM da base do governo, já que na Bahia o partido parece dar sinais de afastamento, o presidente disse que vê "com naturalidade" alguns partidos avaliarem continuar ou não na base aliada, mas reiterou acreditar que manterá o DEM ao seu lado.
— Às vezes as pessoas não vão com a minha cara, mas é preciso analisar o que está sendo feito — disse, ressaltando acreditar que o DEM "vai continuar aliado do governo até o fim".