Segundo relatório da Polícia Federal (PF) divulgado em novembro em um dos inquéritos que investiga o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), há indícios de que as campanhas do deputado receberam dinheiro de empresas a mando da Odebrecht. A prática foi apelidada pelos investigadores de "caixa três". As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O dinheiro seria entregue na forma de doação pela Cervejaria Petrópolis, que fabrica a Itaipava. Desde que vieram a público as delações de donos e executivos da empreiteira, em abril, apontava-se a cervejaria como a principal parceira da Odebrecht no esquema.
A PF destacou ter localizado na prestação de contas da campanha de Maia de 2014 uma doação de R$ 200 mil da empresa Praiamar Indústria Comércio e Distribuição, ligada à Cervejaria Petrópolis. A Praiamar doou ao diretório nacional do DEM, que repassou a Maia. Também em 2014, a PF notou haver doações da Petrópolis ao diretório nacional do DEM no valor de R$ 6,1 milhões.
Já em 2010, segundo a polícia, a campanha de Maia à Câmara recebeu R$ 389 mil do diretório estadual do DEM fluminense. O diretório, por sua vez, havia recebido R$ 20 mil da Praiamar e R$ 80 mil da Leyroz Caxias Indústria Comércio e Logística, outra empresa ligada à Cervejaria Petrópolis.
Por meio de sua assessoria, Maia afirmou que todas as doações recebidas durante campanha respeitaram a legislação e estão registradas na Justiça Eleitoral.
"Maia reitera que confia na Justiça e está à disposição das autoridades, pois tem interesse que tudo seja esclarecido com a maior brevidade possível", diz a nota.