Após 94 dias, chegou ao fim a greve dos professores estaduais. Em assembleia realizada nesta sexta-feira (8), no ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, a categoria decidiu pela suspensão da paralisação, que começou no dia 5 de setembro.
A orientação da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) é para que os alunos afetados pela greve retornem à rotina de estudos na segunda-feira (11). O fim da paralisação já era esperado em razão dos movimentos mais recentes da mobilização, que vinha perdendo força recentemente.
Nas últimas duas assembleias, o Conselho do Cpers já havia sugerido a suspensão do movimento, mas a proposta foi rejeitada nas votações. No encontro de 24 de novembro, por exemplo, a paralisação foi mantida por um placar apertado, de 838 votos a 782.
Quatro dias depois, os professores do Colégio Júlio de Castilhos, o maior da Capital, decidiram abandonar a greve. Na última quarta-feira (6), o núcleo do Cpers em Santa Maria e região também aprovou a suspensão da paralisação.
Na avaliação do comando do Cpers, a greve não tinha mais condições de fazer frente ao governo do Estado. A presidente do sindicato, Helenir Schürer, afirma que a oposição dentro da entidade foi irresponsável em manter a paralisação no mês passado.
– Ganhamos apenas mais 30 dias de aulas para recuperar – disse.
Segundo o último balanço da Seduc, divulgado nesta sexta, apenas 17 instituições das 2.545 da rede escolar estavam fechadas totalmente. Outras 311 estavam parcialmente em greve.
O Cpers informou que os próximos passos da categoria após o fim da greve estão concentrados em "fortes mobilizações pelo o Estado".
— A suspensão da greve não significa o fim da luta — avaliou Helenir Schürer após a assembleia.
Após o anúncio do fim da paralisação dos professores, a Seduc informou, por meio de nota, que a "decisão da assembleia atendeu, efetivamente, o desejo da maioria dos professores". No comunicado, o titular da pasta, Ronald Krummenauer, afirma que a prioridade da secretaria é recuperar o "tempo perdido" nas escolas.
"A garantia de repasse do governo do Estado de verbas para o transporte escolar, no período de recuperação das aulas, acordado com a Famurs, nesta semana, certamente irá ajudar neste trabalho que será redobrado a partir de agora", diz Krummenauer na nota.
Calendário
Com o fim da greve, o governo corre contra o tempo para recuperar as aulas. Conforme a Seduc, o calendário já estava sendo readequado nas instituições com paralisação parcial. Nesses locais, a expectativa é de que as aulas se estendam até, no máximo, o dia 20 de fevereiro.
Nas 17 escolas que estavam fechadas, a secretaria trabalha para encerrar as atividades até, no máximo, o fim de fevereiro. Desse montante, seis escolas estão localizadas em Santa Maria, na região Central, e sete em Pelotas, no sul do Estado. De acordo com a Seduc, até esta sexta-feira, cerca de 2 mil professores de um total de 67 mil estavam em greve.