A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (13), o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, enquanto ele apresentava um programa ao vivo na Rádio Tupi. Segundo o jornal O Globo, ele foi preso por comprar votos durante as eleições do município de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio, com o uso de programa assistencial para famílias de baixa renda.
Ainda conforme o jornal, três agentes da PF chegaram, por volta das 10h30min, na porta da Rádio Tupi, no bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O carro da PF segue para o município de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio, onde deve ser cumprida a prisão domiciliar.
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A decisão, diz O Globo, estabelece o uso de tornozeleira eletrônica, proíbe a utilização de telefones celulares e restringe o contato pessoal a advogados e familiares próximos — mãe, netos, filhos e a mulher, a ex-governadora do Rio Rosinha Garotinho (PR).
Entenda a investigação
Garotinho, alvo da Operação Chequinho, é suspeito de fraudar as eleições municipais de Campos dos Goytacazes com o uso do programa assistencial Cheque Cidadão. De acordo com as investigações, eleitores eram inscritos no programa que dá R$ 200 por mês a famílias de baixa renda. Garotinho, para os investigadores, era o protagonista do esquema.
Em novembro, Garotinho chegou a ser preso, mas obteve habeas corpus do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em junho deste ano, o Ministério Público Eleitoral (MPE) em Campos dos Goytacazes pediu para a Justiça Eleitoral decretar a prisão preventiva do de Garotinho. Segundo o promotor Leandro Manhães, o ex-governador ameaçou uma testemunha, por meio de terceiros, e usou um blog para atacar testemunhas não ouvidas no processo.
Para a Justiça, Garotinho segue atrapalhando as investigações ao intimidar testemunhas.
À época do pedido de prisão do MPE, o advogado do ex-governador, Fernando Fernandes afirmou, em nota, que o promotor estava "desafiando o Tribunal Superior Eleitoral". Segundo o advogado, as razões que embasavam o pedido eram "uma afronta à decisão do TSE que deu liberdade de manifestação ao ex-governador".
As denúncias foram levantadas por Elizabeth Garcia, radialista que trabalhou na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Campos e que foi presa em outubro de 2016. Ela foi acusada de participar do esquema de compra de votos.
Em 8 de maio, ela procurou a Polícia Federal (PF) para denunciar as ameaças e detalhou, em depoimentos, como o suposto esquema funcionava. Elizabeth dizia estar sendo perseguida desde que admitiu sua participação e contou detalhes sobre a compra de votos.
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