A Polícia Federal (PF) já cumpriu mandados no Rio Grande do Sul ligados a investigações da Lava-Jato em, pelo menos, 11 ocasiões. Na manhã desta quinta-feira (3), um novo desdobramento da operação foi deflagrado no Estado — a ação chamada de "Câmbio Desligo", que ocorre também no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal, além do Paraguai e do Uruguai.
Relembre as fases e desdobramentos da Lava-Jato no RS:
17 de março de 2014 – 1ª fase
Na primeira fase da Lava-Jato, a PF cumpriu mandado em Porto Alegre. Com objetivo então de investigar "operações financeiras atípicas" com valores que superavam R$ 10 bilhões, a operação contou com a participação de aproximadamente 400 policiais federais que deram cumprimento a 81 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução coercitiva, em 17 cidades dos seguintes Estados: Paraná (Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu), São Paulo (São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e Indaiatuba), Distrito Federal (Brasília, Águas Claras e Taguatinga Norte), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Balneário Camboriú), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e Mato Grosso (Cuiabá).
18 de junho de 2015 – 14ª fase (Erga Omnes)
Com nome de Erga Omnes, expressão em latim que significa "vale para todos", a PF prendeu os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, além de diretores. Cumpriram-se 38 mandados de busca, oito de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e nove de condução coercitiva em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
13 de agosto de 2015 – 18ª fase (Pixuleco II)
![Omar Freitas / Agencia RBS Omar Freitas / Agencia RBS](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/17567947.jpg?w=300)
Batizada de Pixuleco II, em alusão ao termo utilizado para nominar a propina recebida em contratos com a Petrobras, a operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre – onde o escritório Portanova & Advogados Associados, no Centro, foi alvo de buscas por supostamente ter recebido valores de empresa suspeita de lavar dinheiro, entre outros, para o PT –, São Paulo, Curitiba e no Distrito Federal. Foi preso na operação, em São Paulo, o ex-vereador do PT Alexandre Romano, apontado pela PF como um dos operadores do esquema de corrupção, foi detido no aeroporto de Congonhas. A ação era um desdobramento da fase anterior da Lava-Jato, que prendeu José Dirceu.
5 de dezembro de 2015 – desdobramento da Lava-Jato
![Cid Martins / Gaúcha Cid Martins / Gaúcha](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/22038113.jpg?w=300)
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o deputado federal Marco Maia (PT-RS) foram alvo da Lava-Jato, por suspeita de terem negociado propinas com empreiteiros que estavam na mira da CPI da Petrobras, instalada no Congresso em maio de 2014. No Rio Grande do Sul, agentes federais foram ao condomínio do político gaúcho, em Canoas, para cumprir mandados de busca e apreensão. Estavam em casa apenas a mulher e filha dele. Maia se encontrava em Brasília.
8 de dezembro de 2015 – desdobramento da Lava-Jato, Operação Crátons
A Operação Crátons investigou crimes ambientais e comércio ilegal de diamantes extraídos de terras indígenas da etnia dos cinta-larga, em Rondônia. Além de Rondônia, a PF cumpriu mandados no Distrito Federal, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pará. O alvo da operação foi uma organização criminosa formada por advogados, empresários, comerciantes e índios, apontados como responsáveis por gerenciar um garimpo na reserva indígena Parque do Aripuanã.
22 de março de 2016 – 26ª fase (Xepa)
![Ronaldo Bernardi / Agência RBS Ronaldo Bernardi / Agência RBS](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/18402968.jpg?w=300)
Entre as 110 ordens judiciais cumpridas pela 26ª fase da Lava-Jato, está uma prisão temporária de um doleiro em Porto Alegre e um mandado de busca e apreensão em sua casa, na Vila Conceição, na zona sul da Capital. Foi preso o engenheiro agrônomo Antônio Claudio Albernaz Cordeiro. Documentos e arquivos digitais foram apreendidos, e Cordeiro foi levado para prestar depoimento em Curitiba. A Operação Xepa foi um desdobramento da Operação Acarajé (23ª fase) e apurou um esquema de contabilidade paralela pela construtora Odebrecht que pagava vantagens indevidas a terceiros, vários com vínculos diretos ou indiretos com o poder público.
6 de julho 2016 – desdobramento da Lava-Jato, Operação Pripyat
A PF cumpriu nove mandados de prisão em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Desdobramento da Lava-Jato, a Operação Pripyat buscou desarticular uma organização criminosa que atuava na Eletronuclear, sendo o principal alvo o ex-presidente da estatal Othon Luiz Pinheiro da Silva, que já estava em prisão domiciliar. Em Porto Alegre, o gaúcho Valter Luiz Cardeal, ex-diretor de Geração da Eletrobras, foi alvo de condução coercitiva.
2 de agosto de 2016 – 33ª fase (Resta Um)
![Karoline Ávila / Gaúcha Karoline Ávila / Gaúcha](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/20576756.jpg?w=300)
A Operação Resta Um, uma referência à investigação da última das maiores empresas identificadas como parte do chamado "cartel das empreiteiras", mirou a Construtora Queiroz Galvão. Aproximadamente 150 policiais federais cumpriram 32 ordens judiciais nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. Os alvos foram dirigentes e funcionários da Queiroz Galvão e do consórcio Quip S/A.
22 de setembro de 2016 – 34ª fase (Arquivo X)
Com alvo no economista Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a ação chamou-se Arquivo X, uma referência a um dos grupos empresarias investigados, a OSX Construção Naval, de propriedade do empresário Eike Batista. Os investigadores apuraram corrupção na construção de duas plataformas (P-67 e P70, ambas em Rio Grande) para a exploração de petróleo na camada do pré-sal. Aproximadamente 180 policiais federais e 30 auditores fiscais cumpriram 50 ordens judiciais nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.
16 de agosto de 2017 – desdobramento da Lava-Jato, Operação Étimos
![Ronaldo Bernardi / Agência RBS Ronaldo Bernardi / Agência RBS](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23585188.jpg?w=300)
Novo desdobramento da Lava-Jato, centrado no Rio Grande do Sul, teve como alvo desvio de recursos públicos em grandes obras de engenharia. Mandados foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Glorinha e Brasília. Entre os investigados, estão Athos Albernaz Cordeiro, ex-presidente do Sindicato da Indústria de Construção de Estradas, Pavimentações e Obras de Terraplanagem do Estado (Sicepot-RS), e o doleiro Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro (conhecido como Tonico Cordeiro).
3 de maio de 2018 – desdobramento da Lava-Jato, Operação Câmbio Desligo
![Felipe Daroit / Agência RBS Felipe Daroit / Agência RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24327342.jpg?w=300)
Em novo desdobramento, agentes da PF e do Ministério Público Federal (MPF) cumprem 49 mandados de prisão preventiva (43 no Brasil e seis no Exterior), quatro de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão. Batizada de "Câmbio Desligo", a ação ocorre no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal, além do Paraguai e do Uruguai. Os principais alvos são doleiros que integravam um sistema chamado Bank Drop — mais uma vez, estão na mira da PF o doleiro Antônio Claudio Albernaz Cordeiro e seu irmão Athos Roberto Albernaz Cordeiro, além de Paulo Aramis Albernaz Cordeiro, Suzana Marcon e Carmen Regina Albernaz Cordeiro.