O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para investigar um esquema de corrupção no governo de Mato Grosso. As informações foram reveladas na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Um dos suspeitos de envolvimento no esquema é o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que governou o Estado entre 2003 e 2010. Na acusação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que ele "exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa".
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Segundo a PGR, empresários e políticos locais formaram a organização para garantir a "manutenção da governabilidade e para o pagamento de dívidas de campanha". Os crimes teriam sido cometidos entre 2004 e 2014.
Além de Silval Barbosa, três parentes dele e um auxiliar fecharam acordo de delação. Ainda por determinação de Fux, o sigilo das revelações do ex-governador foi retirado.
Os depoimentos têm origem na Operação Ararath, que investigou lavagem de dinheiro e crimes financeiros por meio de empréstimos fraudulentos e empresas de fachada. O esquema é investigado pela Polícia Federal de Mato Grosso.
Contraponto
Em nota, o ministro Blairo Maggi afirma que repudia a afirmação de Janot de que seja o líder de esquemas criminosos em Mato Grosso. "Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas", escreveu.
"Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional", afirma outro trecho da nota.