O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quarta-feira (19), que "tem muita gente no entorno do presidente falando demais". Maia foi questionado sobre o mal-estar entre ele e Michel Temer por causa da movimentação do peemedebista para atrair parlamentares dissidentes do PSB para o PMDB. O presidente da Câmara negou haver uma crise entre os dois.
Em menos de 24 horas, Temer e Maia se encontraram em três ocasiões. Ambos participaram de jantar na terça-feira (18) e na quarta-feira e se reuniram em audiência no Palácio do Planalto, quando o presidente recebeu o secretário da Saúde do Rio, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, e o médico Paulo Niemeyer Filho. Além disso, eles voltam a se encontrar nesta quinta (20), quando Temer viaja para Mendoza e Maia assume o Planalto até sexta-feira.
– Tem muita gente no entorno do presidente falando demais e falando em off (reservadamente), o que é ruim. Então acaba gerando crise aonde a crise não existe. Então da minha parte nunca teve problema – disse Maia, em entrevista à GloboNews.
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Segundo Maia, o próprio presidente já sabia que ele estava "há muito meses" articulando a filiação no DEM de parlamentares descontentes no PSB.
– Esse problema dos deputados do PSB não foi um problema que foi criado aqui, eu já tenho conversado com os deputados do PSB há muitos meses, o presidente Michel Temer sabe disso – comentou na entrevista. – O DEM é um partido que tem uma posição ideológica clara e a gente vai continuar a nossa posição. Aqueles que queiram construir com a gente esse projeto, que é um projeto pensando o futuro do Brasil, um projeto de centro-direita, nós estamos abertos, sem querer mexer em nenhum partido da base – completou Maia.
Na terça-feira, fora da agenda oficial, Temer participou de um café no apartamento funcional da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), e mais quatro parlamentares para fazer o convite. No mesmo dia, o presidente participou de jantar na residência de Maia como demonstração de trégua. Na saída do jantar, o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) tentou minimizar o mal-estar entre Temer e Maia.
O PSB deixou o governo em maio, após a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, da JBS, que fundamentou a denúncia por corrupção passiva contra Temer. De 36 deputados, 16 discordaram da decisão da cúpula.