A ex-presidente Dilma Rousseff prestou depoimento na tarde desta sexta-feira (28), na 7ª Vara Federal de Porto Alegre, como testemunha de defesa da senadora e atual presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT-PR) em processo da operação Lava-Jato. Em um Corolla com placas de Minas Gerais, Dilma chegou pouco depois das 13h – horário previsto para o início da audiência – e entrou pelo elevador da segurança.
Com 10 minutos de atraso, o depoimento de Dilma foi ouvida pelo auxiliar do ministro Edson Facchin, o juiz Paulo Marcos de Farias, que veio até à Capital. A ex-presidente não se pronunciou sobre o assunto e não atendeu à imprensa.
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Em depoimento, Dilma afirmou que Gleisi não teve participação na decisão de manter ou não o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no cargo:
– Ela não participava dessa decisão, não era do âmbito dela.
A ex-presidente ainda disse que Paulo Roberto Costa foi demitido em 2012 por não considerá-lo competente para o cargo e que Gleisi não o conhecia
Questionada se já tinha presenciado algum fato irregular praticado pela senadora quando estava à frente da Casa Civil, Dilma defendeu que Gleisi era "uma pessoa bastante competente":
– A senadora é uma pessoa bastante séria e extremamente rigida quando se trata de assuntos não só administrativos, mas também assuntos relativos à execução do orçamento ou à decisão a respeito da execução, por exemplo, de infraestrutura, que era o papel dela.
Gleisi e o marido, Paulo Bernardo, são réus por corrupção e lavagem de dinheiro. A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por cinco ministros, aceitou por unanimidade em setembro denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o casal. Na mesma data, o STF também aceitou a denúncia contra o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, ligado aos políticos.
Gleisi foi a primeira senadora a se tornar ré na Lava-Jato. Após a decisão, ela disse que a denúncia se baseava em delações contraditórias. O então relator da Lava- Jato no STF, ministro Teori Zavascki, foi o primeiro a votar pelo recebimento da denúncia. Ele foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.