Depois da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, dificilmente o PSDB continuará no governo. A previsão foi feita pelo secretário-geral do partido, o deputado federal Silvio Torres (SP), em entrevista à TV Estadão, nesta segunda-feira (24). O parlamentar disse, entretanto, que ainda não foi definida a posição oficial do partido.
O parlamentar explicou que "a situação nos últimos 60 dias", período em que vieram à tona a delação da JBS e as gravações realizadas pelo empresário Joesley Batista, "obrigou (o partido) a fazer nova reflexão" sobre o apoio ao governo.
– Não precisamos de cargo no governo Temer para apoiar o programa de governo – defendeu o secretário-geral do PSDB.
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Neste cenário, disse, a decisão sobre o encaminhamento da denúncia deve ser encarada pelos deputados como forma de garantir à sociedade brasileira "o direito de saber se o presidente está envolvido em corrupção gravíssima", o que, segundo Torres, daria um protagonismo mais autêntico ao Congresso Nacional.
Torres se mostrou favorável ao encaminhamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que será votado na próxima quarta-feira (2).
– O relator foi muito preciso na avaliação de que, em caso de dúvida sobre admissibilidade da ação, a decisão tem de ser pró-sociedade – comentou.
Mas, de acordo com o deputado, ainda não houve uma reunião do partido para tratar especificamente da posição na votação da denúncia no plenário.