A comitiva gaúcha no Japão desembarca na província de Shiga, nesta quinta-feira (8), em busca de troca de experiências e apoio financeiro na área ambiental. O Lago Biwa, localizado na cidade de Otsu, é o maior do país e passou por um processo de despoluição nos anos 80. A tecnologia utilizada pode auxiliar a recuperação do sistema de 15 lagoas do Litoral Norte gaúcho.
– Temos o mesmo problema que Biwa enfrentou. A urbanização (esgoto doméstico) e as plantações de arroz – relata a secretário estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pelini, destacando que o plantão do arroz, feito em várzeas, devolve a água para as lagoas com traços de fertilizantes e agrotóxicos.
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O projeto de recuperação será entregue hoje ao instituto responsável pela manutenção da lagoa. O valor necessário para a medida ainda não foi calculado, assim como o tempo de trabalho. O apoio financeiro poderá vir através da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica).
A secretária conta que os equipamentos para a despoluição foram cedidos pela Agência Nacional de Agud (ANA). Já o desenvolvimento do projeto ficaria a cargo da Associação Ação Nascente Maquiné (Anama), uma organização não-governamental que atua na preservação ambiental do Litoral Norte gaúcha há cerca de 20 anos.
A maior preocupação é a manutenção da limpeza das lagoas, além do envolvimento da população. Esse ponto é um dos principais objetivos na relação com os japoneses.
Lagoas
O Sistema Lagunas Norte gaúcho é composto por 15 lagoas entre as cidades de Balneário Pinhal e Torres. As maiores são a Itapevi e a dos Quadros. No entanto, a Gentil preocupa por dar sinais de salinização, que ocorre quando a água do mar chega à lagoa através dos lençóis freáticos.
Shiga
A província de Shiga e o Rio Grande do Sul possuem relação próxima desde a década de 80. Um dos motivos dessa aproximação foi à semelhança do Lago Biwa, em Otsu, e a Lagoa dos Patos, em solo gaúcho. A região japonesa conta com a maior universidade de engenharia ambiental do mundo.