O PT espera reunir 6 mil pessoas neste sábado, em Rio Grande, para receber os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Eles irão participar de um ato em defesa do polo naval, setor que perdeu 17 mil empregos nos últimos três anos, fragilizando a economia da cidade.
A mobilização ocorre a partir das 14h, no largo da prefeitura, e terá a presença de dirigentes nacionais do partido, lideranças sindicais e representantes de movimentos sociais.
Operários estavam montando o palanque, na tarde desta sexta-feira, quando o Corpo de Bombeiros interditou o local. Segundo a guarnição, os organizadores – que já haviam sido multados em R$ 2,7 mil por solicitação intempestiva de alvará – não marcaram vistoria com antecedência mínima de 24 horas. Sem alternativa, o coordenador do ato, Dirceu Lopes, contratou um segundo caminhão de som para abrigar os oradores.
– O Lula não gosta de trio elétrico, mas não vai ter jeito – lamentou Lopes.
Leia mais:
"Se tinha alguma dúvida, hoje posso dizer: quero ser presidente", afirma Lula
Lula quer "transmissão ao vivo" de seu depoimento a Moro
Moro adia depoimento de Lula para 10 de maio
O ato vinha sendo organizado desde o ano passado e deveria ocorrer em dezembro, mas foi adiado por problemas de agenda de Lula. O objetivo é mobilizar a população em protesto pelo ocaso da indústria naval e as consequências econômicas e sociais da crise.
Dos 20 mil trabalhadores empregados pelo setor em 2013, restam apenas 3 mil. Somente no último ano, a prefeitura perdeu R$ 70 milhões em arrecadação, cerca de 10% do orçamento. Os dois estaleiros estão praticamente paralisados e sem nenhuma nova encomenda.
– Muitas das pessoas que perderam o emprego continuaram residindo na cidade. Queremos chamar a atenção para a situação do polo naval e como a crise afeta não só Rio Grande, mas toda a Zona Sul. E nada melhor para isso do que trazer aqui quem criou o polo naval, que são o Lula e a Dilma – conta Lopes.
Agora, a ideia é não só defender a retomada dos investimentos da Petrobras no setor como também promover um desagravo a Lula, que considera-se perseguido pela Operação Lava-Jato e dia 10 irá prestar depoimento ao juiz Sergio Moro, em Curitiba.
Com duração prevista de duas horas e meia, o ato terá pelo menos seis oradores: Lula, Dilma, o prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT), além de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos e da Frente Brasil Popular.
Lula chega à cidade no início da tarde, em voo fretado direto de São Paulo. Ele começa a discursar às 15h20min e embarca de volta à capital paulista às 16h30min.