Milhares de manifestantes tomaram as duas pistas da Avenida Paulista na tarde desta quarta-feira. Eles participam de uma manifestação convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Embora a pauta do protesto seja o repúdio às reformas trabalhista e da Previdência, o grito predominante entre os manifestantes é "Fora, Temer". A expectativa dos organizadores é de que o ato reúna 150 mil pessoas até o início da noite. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado por volta das 19h.
Diversos setores da esquerda, entre eles sindicalistas, já defendem publicamente a candidatura de Lula à Presidência em 2018. Apesar disso, os responsáveis pela manifestação negam que o ato seja um palanque para a pré-campanha do petista.
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– Este não é um ato político partidário ou eleitoral mas é lógico que o movimento sindical sempre foi político – disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. – É claro que não tem como dissociar o foco da manifestação do governo Temer, que encaminhou estes projetos de reformas ao Congresso com o objetivo de acabar com a Previdência no Brasil – completou.
As frentes são formadas por dezenas de movimentos sociais e sindicais como MST, Central de Movimentos Populares, MTST, CUT, Conlutas e partidos políticos como PT, PC do B, PSTU e PSOL.
Segundo Guilherme Boulos, coordenados do MTST, não existe contradição entre o "Fora, Temer" e a pauta contra as reformas.
– O ato também é "Fora, Temer", "Diretas Já", estas pautas estão colocadas pelo movimento social. Elas não são contraditórias porque é o governo Michel Temer que está tentando implementar estas reformas – disse Boulos.
A manifestação da Avenida Paulista faz parte de um movimento nacional que inclui outros protestos em 17 Estados e paralisações de trabalhadores de categorias importantes como os metroviários, motoristas de ônibus e professores da rede estadual de São Paulo. Sindicatos organizaram atos em vários pontos da região central que seguiram em marchas separadas até a Avenida Paulista.
Segundo organizadores, o próximo passo, caso o governo não recue das propostas, é a realização de uma greve geral em escala nacional.
– Hoje a classe trabalhadora deu um recado ao governo. Ou Temer retira os projetos ou faremos uma greve geral – disse Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo.
A "greve geral" foi o segundo grito mais entoado pelos manifestantes, depois de "Fora, Temer".
*Estadão Conteúdo