Os candidatos à prefeitura de Porto Alegre se encontraram pela primeira vez depois da morte do coordenador do plano de governo do PMDB, Plinio Zalewski, nesta quarta-feira (19). Em sala reservada na sede da Federasul, no centro da Capital, Sebastião Melo e Nelson Marchezan Junior trocaram um rápido aperto de mãos e não se falaram. Em seguida, passaram para o salão onde foi realizado um painel com empresários. O evento transcorreu sem ataques diretos. No entanto, críticas de ambos os lados foram feitas depois da agenda.
O evento não foi um debate, isto é, eles não fizeram perguntas entre si. O foco das manifestações era o empreendedorismo, embora ambos tenham falado de outros temas como segurança, obras e saúde. Os candidatos iniciaram as participações lamentando os últimos episódios da campanha – a morte de Zalewski e os tiros disparados contra o comitê de Marchezan.
No entanto, ao final do evento, quando cada candidato falou separadamente à imprensa, o tom voltou a subir. Melo reclamou das críticas que recebeu durante o primeiro turno e que, agora, estaria respondendo. Também atacou o oponente.
“Paz a gente pratica. Não adianta eu falar em paz na televisão e induzir a Justiça Eleitoral a erro de ir lá fazer uma verificação em uma sede do PMDB que pertence há 30 anos ao partido”, disse Melo, mencionando o fato ocorrido no último sábado (15), quando um oficial de Justiça foi até um imóvel da sigla na Rua Riachuelo após denúncias do funcionamento de um comitê clandestino.
Quanto à morte de Plinio Zalewski, Melo afirmou que ele estava muito incomodado. Relatou que o Facebook dele foi invadido e que o coordenador teve que mudar de telefone.
“Tudo que nós queremos é esclarecimento. Tenho clareza que há questões eleitorais nessa questão”, destacou Melo.
Já Marchezan não vê o período eleitoral como o único motivo para a morte do político. Defendeu a atuação da polícia no caso para apurar as razões e estabelecer um ambiente menos hostil na corrida pela prefeitura.
“Acho que nós temos uma campanha eleitoral, não me parece que isso possa levar alguém ao suicídio. Provavelmente, existem outras questões que envolvem outras pessoas e outras entidades e até questões pessoais do Plinio que possam ter gerado isso”.
O candidato do PSDB criticou a exposição do caso pela imprensa e disse que não vai explorar o “momento triste para angariar votos”. Sobre o ataque a tiros a seu comitê, Marchezan acredita que houve motivações políticas.
“Os tiros dados à meia noite geraram a presença de pessoas no comitê e essas pessoas, à 1h30, foram alvejadas por uma dezena de tiros, direcionados para elas. Me parece que deve ter algum cunho político”.
Esse caso está sendo investigado pela Polícia Federal.