O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega estava ao lado da mulher, já pré-anestesiada e sendo conduzida na maca rolante para o centro cirúrgico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, quando recebeu o telefonema com a notícia de que estava sendo preso.
– Não sei se ela entendeu o que aconteceu, porque eu tive que sair abruptamente, ou o que falei por telefone. Espero em Deus que não – disse o ex-ministro ao seu advogado, José Roberto Batochio, para quem ligou em seguida.
O ex-ministro foi detido na Operação Arquivo X, que faz parte da 34ª fase da Lava Jato. Cerca de cinco horas depois, por decisão do juiz Sergio Moro, ele foi solto.
Leia também:
Lula diz que operação da PF sobre Mantega poderia se chamar "boca de urna"
Mantega nega encontro e pedido de R$ 5 mi para Eike, diz advogado do ex-ministro
Sergio Moro revoga prisão do ex-ministro Guido Mantega
Mantega foi orientado a encontrar os policiais na porta de entrada do hospital para evitar que sua esposa testemunhasse a cena. Segundo o advogado, Mantega ficou "profundamente consternado" por não poder acompanhar a esposa até o local onde ela iria passar por uma delicada cirurgia no cérebro.
Batochio considerou a prisão um ato "arbitrário, autoritário e desumano".
– Apurar, sim. Combater a corrupção, sim. Mas sem essa violência. Isso precisa acabar no Brasil – disse o advogado.
Segundo ele, a prisão foi revogada quando as autoridades perceberam que a "desumanidade estava sendo configurada".