O candidato Paulo Sérgio da Silva (PSOL) concorre pela terceira vez à prefeitura de Canoas. No último pleito, conquistou 1,4 mil votos. Tentou também uma vaga na Câmara Federal em 2010, sem sucesso. Ele quer diminuir em 70% o número de servidores em cargos de confiança. Fala também em oferecer mais espaço para a população definir prioridades dentro do governo.
O candidato diz que não vai focar sua atuação na construção do aeromóvel porque acredita haver outras prioridades. Ele defende a criação de uma empresa pública de transporte, nos moldes da Carris na Capital, e promete ampliar o número de linhas e itinerários na cidade. Quer investir na oferta de especialidades médicas, além de programas de saúde preventiva. Paulo Sergio destaca que quer integrar as Polícias Civil e Militar e a Guarda Municipal.
Paulo Sérgio concluiu os cursos técnicos em química e em mecânica de manutenção e o tecnólogo em gestão ambiental. É aeroviário e tem atuação no sindicato da categoria. Ele nunca ocupou um cargo público.
O PSOL concorre com chapa pura. A candidata ao cargo de vice na chapa é a advogada Ceni Bonato.
Confira abaixo a entrevista com o candidato. Ao final do texto, o áudio completo. Todos os postulantes ao cargo de prefeito em Canoas tiveram cerca de seis minutos para a exposição das propostas.
Rádio Gaúcha – Quais são as principais propostas da sua candidatura?
Paulo Sérgio da Silva – Um dos principais eixos é inverter as prioridades do município de Canoas e com isso valorizar o servidor público, fazer com que o servidor público tenha um papel importante na reorganização do serviço público na cidade; reduzir em 70% os cargos de comissão; e radicalizar a participação popular. Mostrar para as pessoas que ainda tem saída, que ainda vale a pena participar da política para mobilizar e mudar sua realidade.
Gaúcha – E na área da Segurança, quais são suas propostas?
Paulo Sérgio da Silva – Integrar as Polícias Civil e Militar e a Guarda Municipal, ampliar o contingente de guardas, retomar alguns programas sociais que foram abandonados, programas que foram implementados no Pronasci, como Justiça Comunitária, como Agente Comunitário de um local do bairro. A Guarda Comunitária, o agente comunitário tendo um papel de ligação entre a comunidade e a articulação, informação da violência e transformar a questão da juventude, do jovem que se envolve através da educação. Melhorar a questão da iluminação do bairro, a questão do esporte. Criar as Olimpíadas Municipais, criar os Jogos Municipais. Vamos criar também a questão da educação em tempo integral. Buscar ampliar os recursos pra isso, fazendo com que o jovem tenha atividade e assim a gente ataque a segurança na raiz do problema.
Gaúcha – Na área da Mobilidade Urbana, já que Canoas é uma cidade cortada pela linha do trem e pela BR-116?
Paulo Sérgio da Silva – Fazer um estudo para reorganizar as linhas, os horários, frequências e cobrar da empresa que tem a licitação. Criar uma empresa pública de transporte na cidade, com o mesmo caráter que tem a Carris em Porto Alegre. Criar ciclovias. Criar vias expressas entre os bairros gerando trabalho e renda para os desempregados e melhorando a mobilidade. Ciclovia, via expressa e essa empresa pública de transporte para priorizar o transporte de qualidade e não poluente.
Gaúcha – Qual sua visão em relação ao aeromóvel?
Paulo Sérgio da Silva – O aeromóvel é um transporte seguro, limpo, não polui, mas entendemos que o município tem outras prioridades. Uma delas é o próprio saneamento básico. Canoas está muito abaixo dos índices do Rio Grande do Sul. Hoje 17% do esgoto é tratado. Então, eu acho que é uma inversão de prioridades. A gente via priorizar realmente o que a população necessita no momento e não investir volumes grandes de recursos onde não é prioridade no município. Mas também vamos, sendo implementado, sendo aprovado, a gente está passando por um período em que não existem recursos públicos para ser aplicado. Mas vamos buscar oportunizar a vinda do aeromóvel, linhas nos bairros para atendê-los e melhorar a circulação dentro do município.
Gaúcha – Na área da Saúde, quais são suas intenções?
Paulo Sérgio da Silva – Reorganizar toda a estrutura do município através de um estudo epidemiológico, ver a doença, ver a necessidade de abertura das UPAs, dos postos na cidade onde há um déficit de atendimento; modificar a política de terceirização, contratar trabalhadores para a saúde do município; e implementar uma saúde preventiva, não emergencial como a aplicada hoje na cidade; e valorizar o trabalhador que atende os hospitais hoje no município, o Instituto de Saúde também, para que a gente possa reverter esse quadro que tem na cidade de falta de especialistas.
Gaúcha – O senhor deve manter o teleagendamento de consultas?
Paulo Sérgio da Silva – Primeiro vamos fazer uma avaliação para ver qual é a eficácia do teleagendamento, se realmente ele é eficaz ou não. A partir desse estudo, a gente vai consultar a população ou criar um método que as pessoas possam ter acesso à marcação de consultas e não fiquem em filas. Mas entendemos que o maior problema na saúde em relação ao teleagendamento não é ele em si e sim a falta de profissionais de atendimento. Essa é a nossa prioridade. Agora, o modo de atendimento nós vamos avaliar se existe mecanismos já de marcação que não é o teleagendamento, com tecnologia para marcar, então, é isso o que a gente vai avaliar.