Na quinta-feira passada, dia 30 de junho, a jornalista Cláudia Cruz, esposa do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu pela primeira vez a intimação da Justiça Federal informando que ela é ré perante o juiz Sergio Moro, em Curitiba, e que tem dez dias para se manifestar sobre a acusação de que teria evadido dinheiro e lavado US$ 1 milhão provenientes de crimes praticados por Cunha no esquema de corrupção na Petrobras.
A Justiça localizou Cláudia Cruz às 19h20min na residência oficial da presidência da Câmara, para onde ela havia se mudado e de onde deve sair em breve após seu marido anunciar na tarde desta quinta-feira sua renúncia à presidência da Casa. Esta foi a terceira tentativa da Justiça de localizar Cláudia, já que em outras duas ocasiões ela não foi localizada na residência do casal no Rio de Janeiro.
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Afastado do cargo por uma decisão inédita do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 5 de maio e réu em duas ações penais da Lava-Jato na Corte, o peemedebista segue com seu mandato de deputado federal até que a Câmara decida sobre seu processo de cassação – que estava para ir a votação no plenário mas ainda terá que aguardar a definição da Comissão de Constituição e Justiça sobre um recurso do deputado.
Enquanto isso, a família Cunha segue com seus membros na mira da Justiça. Enquanto Cláudia Cruz deve prestar esclarecimentos e se defender diante de Moro em Curitiba e Cunha deve dar explicações ao STF, a filha do casal Danielle Dytz é alvo de um inquérito da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. O inquérito corre em sigilo e, até o momento, Danielle é a única da família ainda não denunciada.
Além disso, Cláudia e Cunha tiveram recentemente seus bens bloqueados pela Justiça Federal em uma ação civil de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal, cobrando R$ 80,67 milhões do parlamentar e mais R$ 17,8 milhões da mulher.
O valor corresponde ao acréscimo patrimonial ilícito de Cunha e Cláudia e ressarcimento do dano causado ao erário na compra de campo de petróleo em Benin, na àfrica, em 2011 - negócio que teria resultado numa propina de US$ 10 milhões, parte dela repassada ao peemedebista.
O patrimônio de Cláudia Cruz saltou de R$ 1.617.519,09, em 1.º de janeiro de 2008, para R$ 4.029.025.65, em 31 de dezembro de 2014. Um crescimento de 149%, segundo dados da Receita Federal. A análise do Fisco é baseada nos dados declarados por Cláudia.
*Estadão Conteúdo