O presidente interino Michel Temer admitiu, nesta quinta-feira, que a proposta de reforma da Previdência em discussão no governo incluirá a questão da idade mínima para a aposentadoria. Ele disse que o reajuste dos salários de servidores públicos já estava previsto no governo da presidente afastada Dilma Rousseff e prometeu que, caso haja "incriminações" de outros ministros na administração atual, eles serão demitidos.
– Se for necessário, estipularemos regras de transição. Se o prazo é de 35 anos de contribuição, talvez quem tenha, sei lá, 20 anos ou 15 anos, tenha que contribuir mais um ano, mais um ano e meio. Mas isso é em beneficio do próprio cidadão que no futuro vai se aposentar. Porque, se o poder público não tiver recursos quando ele se aposentar, pior para ele – afirmou o presidente interino ao SBT Brasil ao falar sobre a questão da idade mínima para aposentadoria.
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Na entrevista exibida ontem à noite, Temer disse que voltou atrás na decisão de extinguir o Ministério da Cultura porque "só os autoritários não recuam quando percebem equívoco". Ele alegou, porém, notar um movimento político por trás das manifestações de artistas contra as mudanças na pasta, já que o ministério foi recuperado e "os prédios continuam ocupados".
Questionado sobre o processo de impeachment que analisa se Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade, Temer respondeu que as chamadas pedaladas fiscais são uma violação à Constituição. Embora diga que não tem feito movimentação para agilizar o julgamento no Senado, ele disse que a antecipação do julgamento traria um "benefício ao país", porque a situação de transitoriedade "não é útil" para o governo, nem para o país, para Dilma ou para o próprio governo.
Sobre o aumento do funcionalismo, aprovado nesta quarta-feira, ele disse que foi uma coisa ajustada no governo anterior, quando todos os funcionários ansiavam pela aprovação do reajuste:
– Por um lado, pacifica a relação do governo com várias categorias de servidores. É um aumento desejado há muito tempo. É um aumento discreto que quase não cobre a inflação. É útil para o governo e para os trabalhadores. Sem dúvida (a aprovação levou em conta) o cálculo político e o cálculo econômico. Isso está previsto no orçamento.