Sendo mantida ou não a anulação do processo de impeachment na Câmara, votando o Senado ou não o parecer favorável à abertura do processo contra a presidente Dilma Rousseff, uma coisa é certa: haverá protestos pelo Brasil. Movimentos a favor e contra o governo já se mobilizam para celebrar ou contestar a decisão a ser tomada no Congresso – que pode levar ao afastamento de Dilma da Presidência da República por até 180 dias.
Caso o processo de afastamento seja admitido pelos senadores, as coordenações dos grupos à frente dos protestos estão orientando seus apoiadores a se mobilizar. Brasília, centro dos eventos políticos, será palco de mais manifestações nesta semana, independente do resultado.
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Prevista para a manhã de quarta-feira, a votação no plenário do Senado deve unir principalmente os apoiadores do governo. A Frente Brasil Popular planeja organizar um ato em frente ao Congresso a partir das 17h de quarta. Já na quinta, quando os senadores possivelmente determinarem o afastamento de Dilma, o movimento espera reunir manifestantes a partir das 10h próximo ao Palácio do Planalto, por onde ela deve descer a rampa em um gesto simbólico.
Antes disso, na terça, as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo vão mobilizar apoiadores em todo o Brasil com o que definem como um "dia nacional de paralisações, greves, atos e protesto". Em Porto Alegre, haverá um ato público a partir das 17h na Esquina Democrática, que será seguido por uma caminhada ainda sem rota definida.
A Central Única dos Trabalhadores, por meio de assessoria de imprensa, afirmou que os petroleiros não irão trabalhar na terça-feira e que algumas cidades de São Paulo terão paralisação em seus sistemas de transportes.
Grupos pró-impeachment planejam atos de comemoração
Os movimentos Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e La Banda Loka Liberal ainda não anunciaram mobilizações nesta semana além daquelas previstas para esta segunda, em repúdio à anulação do processo de afastamento na Câmara.
A expectativa, porém, é de que seus apoiadores saiam às ruas caso o impeachment seja confirmado. As manifestações, conforme as lideranças desses grupos, terão locais e horários decididos "dependendo do noticiário".
Votação não deve impactar rotina do serviço público no Estado
Se aulas foram canceladas – ou substituídas por lições sobre o impeachment – quando foi determinado o afastamento de Fernando Collor de Mello, em 1992, o mesmo não deve acontecer no Rio Grande do Sul com o possível afastamento de Dilma.
Apesar de orientar os professores estaduais a paralisar ou lecionar em período reduzido nesta terça feira, seguindo determinação da Frente Brasil Popular, o Cpers/Sindicato não prevê cancelamento de aulas caso o Senado aprove a abertura do processo de impeachment.
Em Porto Alegre, também o Sindicato dos Municipários não orienta os trabalhadores a mudarem sua rotina profissional. Na terça-feira, os servidores promoverão uma panfletagem na Esquina Democrática, mas não há quaisquer recomendações sobre atos a serem tomados pela categoria em caso de afastamento.
* Zero Hora