Durou menos de 48 horas a formação definida sábado para negociar uma aliança com José Ivo Sartori como candidato a governador pelo PMDB e que teria José Fogaça, Ibsen Pinheiro e Giovani Feltes na articulação. Na reunião do diretório regional, ontem, um novo grupo foi constituído, desta vez com integrantes das duas correntes a que quer apoiar a reeleição da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer e a que flerta com Eduardo Campos (PSDB).<br><br>
Como uma das condições de Sartori para concorrer é o PMDB gaúcho não se alinhar ao partido nacionalmente no apoio a Dilma, o grupo governista reagiu em duas frentes. Primeiro, tratou de desconstituir o trio escalado no sábado. O próprio Ibsen sugeriu que as negociações fossem conduzidas pela executiva do partido. Comandado pelo presidente Edson Brum, integram o grupo o secretário João Alberto Machado, os deputados Alexandre Postal e Giovani Feltes, o prefeito de Gravataí, Marco Alba, o ex-ministro Luis Roberto Ponte e o ex-deputado Rospide Neto. A primeira reunião de trabalho foi marcada para amanhã, às 12h30min, na sala da bancada, na Assembleia Legislativa.<br><br>
Em outra frente, Marco Alba lançou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, ao Piratini e Germano Rigotto como candidato ao Senado. Apesar dos frequentes embates com Dilma na defesa dos interesses dos prefeitos, Ziulkoski está disposto a apoiar a reeleição, alinhado com o discurso de que não existem dois PMDBs.<br><br>
A entrada de Ziulkoski em cena indica que a maioria dos prefeitos e vereadores do PMDB prefere a dupla Dilma-Temer ao quase desconhecido Eduardo Campos.<br><br>
- Temos que começar pelo que nos une e não pelas nossas divergências - diz o deputado Eliseu Padilha, governista convicto.<br><br>
O que une o PMDB gaúcho hoje é a necessidade de um bom desempenho na Assembleia e na Câmara. Para isso, avaliam os líderes das duas alas, o partido não pode ficar em cima do muro, como ficou em 2010.<br><br>
Quem acompanha a vida do PMDB desde a redemocratização, não tem dúvida: o partido continuará no governo a partir de 2015, seja quem for o presidente. Para formar maioria, Dilma, Aécio Neves ou Eduardo Campos precisarão dos deputados e senadores do PMDB. Logo, as diferenças de hoje se tornam irrelevantes: passada a eleição, estarão juntos outra vez.<br><br>