Ao manter o deputado Marco Feliciano (SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos, o PSC jogou para a torcida. Enquanto os movimentos sociais, artistas e lideranças políticas fizeram de tudo para derrubar um presidente acusado de racismo e homofobia, o público da bancada evangélica o considera um resistente. E o pastor Feliciano, que até então se limitava a dar show aos seus fiéis, virou uma celebridade instantânea, participando até de programas de auditório na TV. Perde a sociedade, que corre o risco de não ver mais temas importantes sendo debatidos, e perde mais uma vez o parlamento. Se essa confusão existe, é porque PMDB, PSDB e PP abriram caminho para a eleição de Feliciano. E o PT, que tradicionalmente ocupava a presidência, abriu mão do cargo no começo das negociações, fazendo pouco-caso de uma comissão que só agora - diante da crise - revela a importância que tem.
Brasília