
Após o pedido de afastamento da presidência do PDT, de Caxias do Sul, de Lucas Diel, que assume a assessoria jurídica da Secretaria de Meio Ambiente (Semma), o partido sinalizou nesta terça-feira (29) que o novo nome para assumir o maior cargo da comissão é o de Cecília Pozza. A nomeação oficial deve ocorrer até esta quarta-feira (30).
A informação foi dada pelo diretório estadual do PDT, através do presidente Ciro Simoni, e confirmada pela própria Cecília. A nova presidente tem experiência em diversas entidades, como Câmara de Indústria e Comércio de Caxias (CIC), Fecomércio, além de atuar em defesa do patrimônio histórico e das mulheres. Ela também foi candidata à vereadora pelo partido nas eleições de 2020.
— Minha função é agregar. Eu já passei por diversas entidades e minha função sempre foi essa, e nós precisamos construir uma base sólida, vínhamos construindo isso nos últimos meses. Não imaginava estar presidente do PDT que, em número de filiados, é o maior partido da cidade. Isso vem com uma responsabilidade grande, ao mesmo tempo que me alegra muito que nós mulheres, porque quando uma de nós chega, todas chegam juntas — comemora.
Para os próximos meses, o desafio principal será as eleições, visando, principalmente, cadeiras na Câmara de Deputados. Questionada sobre o futuro da presidência, Cecília destaca que é uma decisão do PDT estadual. Até o momento, fica certo que ela assume nos próximos três meses, prazo de renovação da comissão provisória, podendo ser estendido ou sendo chamada uma convenção.
— Temos uma eleição daqui poucos meses, eu quero já chamar os presidentes dos movimentos, solicitei a inclusão de mais alguns nomes na comissão provisória dos movimentos, acho importante que todos participem. O plano agora é amarrar as pontas, caminhar todo mundo junto — pontua Cecília.
O que fica no passado
A saída de Diel da presidência para compor o governo de Adiló Didomenico (PSDB) gerou discordâncias entre o partido, que se considera aliado da gestão municipal, mas não da base.
— Ele aceitou esse cargo, segundo ele foi uma indicação da UAB que tinha assinado com o nome dele, estive conversando com o prefeito para saber o porquê ele estava fazendo essa nomeação e ele me frisou que não é nada político, porque apesar de estar apoiando o prefeito, 90% do PDT acabou apoiando ele no segundo turno, mas não somos da base do governo. Nós somos aliados, mas não compomos a base. Não é a entrada do PDT na base do governo, nós apoiamos o que é bom e o ruim fazemos a crítica — analisa o vereador e líder da bancada do partido, Rafael Bueno.
O presidente do PDT no RS acredita que, politicamente Diel pode perder com a decisão de assumir o cargo de CC na prefeitura.
— É um cara que sempre respeitei e foi uma questão pessoal, não partidária. A opção dele foi pessoal e obviamente tem que ser afastado da presidência, que tinha sido escolhido pela maioria dos companheiros. Politicamente acho que ele perde — defende Ciro Simoni.
Na visão do agora ex-presidente da municipal, o convite de Didomenico foi encarada como uma proposta de trabalho e que a prefeitura estava precisando de um profissional em sua área, o que motivou para que ele fosse escolhido.
— Tudo que envolve o poder público está vinculado com política, mas eu associo mais com a questão do trabalho em si. Como o convite foi exclusivo para mim e nessa área jurídica, e não extensivo ao partido, eu entendi como uma proposta de trabalho e sendo assim encarei que não é o partido entrando no governo, mas sim que a prefeitura está precisando de um profissional nesta área específica — opinou Diel, que acrescenta que o prefeito também havia lhe dito que seu nome foi “muito bem recomendado pela UAB”.