Após 24 horas, segue o mistério sobre o assassinato de Irene da Fonseca, 67 anos, e o sequestro de sua neta Kauana Santos, 16 anos, no interior de São Marcos. A casa em que elas moravam, na localidade de São Luiz, foi incendiada no início da noite de sexta-feira (26). A Polícia Civil tenta encontrar uma família que residia na mesma propriedade e não foi localizada após o crime. O casal morava há pouco tempo no local e, por isso, vizinhos não souberam informar o nome deles aos investigadores. O delegado Edinei Márcio Albarello salienta que não trata o casal como suspeito do crime.
— É apenas uma questão que está em aberto. Não há indícios contra eles. Todo este desenrolar dos fatos ainda está confuso, não temos uma motivação. Estamos coletando informações — afirma o delegado.
A chácara onde a sequência de crimes aconteceu fica em uma estrada vicinal, passando o salão paroquial de São Luiz, cerca de 6,5 quilômetros do centro do município. A propriedade conta com um parreiral, milharal, um açude e uma quadra de esporte. O proprietário é de Caxias do Sul, e as duas famílias que estariam morando na chácara seriam inquilinos recentes. A distância das casas vizinhas esclarece a dificuldade em encontrar testemunhas.
O único relato sobre o crime é de uma criança, que é irmão da desaparecida e neto de Irene. Ele estava na casa no momento do ataque e contou ter ouvido uma discussão seguida de tiros. O garoto fugiu e se escondeu entre as árvores da propriedade. Ele viu o assassino sair arrastando a adolescente, em direção ao interior da propriedade, mas não conseguiu identificar o homem. Por enquanto, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o criminoso chegou até a casa a pé.
Buscas feitas pela Brigada Militar (BM) encontraram uma blusa manchada de sangue que pertencia à adolescente. Cães farejadores do batalhão de Caxias do Sul foram acionados, mas nenhum outro vestígio da fuga foi encontrado neste sábado. As buscas, que também contaram com o apoio do Instituto Geral de Perícias (IGP), terminaram pouco antes das 19h.
Segundo a investigação, Kauana vivia em outro estado e estava morando em São Marcos desde o final do ano passado. Ela vivia com o pai, a avó e o irmão caçula. No momento do crime, o pai estava em Caxias do Sul acompanhado da madrasta das crianças. O casal prestou depoimento à Polícia Civil na tarde deste sábado, mas não tinha suspeitas da autoria ou motivação do crime. Segundo a Polícia Civil, nenhum integrante da família possui histórico policial.
Com a morte de Irene, São Marcos contabiliza quatro assassinatos em 2020.
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