Foi a ampla repercussão e o apoio da comunidade de Caxias do Sul que solucionaram o caso do desaparecimento da estudante Rutiele Borges da Silva, 16 anos, que ficou 21 dias sumida. A adolescente estava em Santa Catarina e ligou para a família no domingo (6) ao saber das notícias sobre o seu sumiço. A jovem contou que saiu de casa por vontade própria e que deixou um bilhete em um armário de alimentos, mas o recado não foi encontrado pelos pais.
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Francisco Felipe da Silva buscou a filha em Brusque (SC) ainda no final de semana e, na manhã desta segunda-feira (7), acompanhou Rutiele para fazer os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes, como a Polícia Civil e o Conselho Tutelar. Silva agradece às inúmeras pessoas que compartilharam e ajudaram nas buscas.
— Não tenho palavras para agradecer. Quando repercutiu, ela viu e entrou em contato. Ficou envergonhada, claro. Ela também não achava que tanta coisa aconteceria, que mobilizaríamos tanta gente. Agora, tenho que agradecer a todos. Não tenho palavras para agradecer — diz o pai, aliviado.
A família afirma que Rutiele não foi vítima de nenhum crime, não está ferida e que o momento é de conversa com a adolescente para entender tudo que aconteceu. Ao longo dos 21 dias que ela ficou desaparecida, a família acreditou que uma tragédia estivesse acontecendo.
— A gente estava desesperado porque surgiam muitas informações falsas. Fui em várias cidades (em busca de pistas falsas) e teve até uma menina que ligou chorando pedindo resgate. Ainda são muitas emoções misturadas, mas estamos muito feliz de ela estar conosco e estar bem. É como se tivesse nascido de novo — se emociona o pai.
Na manhã desta segunda-feira, Rutiele prestou depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescentes (DPCA):
— Como havia comentando num primeiro momento, todos os indícios apontavam que a adolescente havia deixado o lar por questões pessoais e não estava em situação de risco — resume o delegado Caio Márcio Fernandes, que evita dar detalhes para não atrapalhar as investigações e pelo caso envolver uma menor de idade.
Rutiele desapareceu no dia 16 de setembro quando ia para a escola, por volta das 7h. A moradia da família fica a cerca de sete quadras da Escola Estadual de Ensino Médio Província de Mendoza, no bairro Cruzeiro. A jovem sumiu durante o percurso, pois a direção e os professores não viram a adolescente naquela manhã.