O desaparecimento de Anderson Ricardo de Almeida Matos, o Alemão, 38 anos, provoca inquietação na comunidade do Euzébio Beltrão de Queiróz, em Caxias do Sul. Na manhã deste sábado (17), familiares dele e moradores sairão em caravana do bairro para ir até a região de Vila Oliva em busca de pistas. A polícia alega não ter estrutura para esse tipo de trabalho.
Matos foi visto pela última vez no domingo (4) na Casa de Apoio Celeiro de Cristo, em Vila Oliva, quase no limite com Gramado. Ele estava internado para tratamento contra o alcoolismo. De lá, teria saído a pé e não manteve mais contato.
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A comunidade terapêutica, distante cerca de 50 quilômetros do centro de Caxias, é cercada de mato e morros. Supõe-se que ele tenha se perdido ou seguido para alguma localidade e até mesmo para Gramado. A empatia dos moradores do Euzébio Beltrão de Queiróz por Matos se deve ao trabalho que ele faz na comunidade onde reside. O educador social Chiquinho Divilas cita a presença do amigo nas atividades do Centro Cultural Adão Borges da Rosa.
— O Alemão é muito querido na comunidade, ajuda na atividade das crianças, cuida do estacionamento, está sempre à disposição. A nossa ideia é fazer uma busca no mato, nas estradas — conta Chiquinho.
Karine Matos, 32, irmã do desaparecido, conta que já houve uma tentativa de buscas em Vila Oliva nos últimos dias. A caravana tem presença confirmada de 30 pessoas, segundo Chiquinho. O grupo sairá do estacionamento do estádio do Caxias, às 8h30min de sábado. Integrantes da Celeiro de Cristo também participarão do mutirão. Matos reside com a mãe e tem dois filhos, que não moram com ele.
O delegado Rodrigo Duarte, titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, diz que a corporação não tem estrutura para fazer uma varredura em grandes áreas e não há qualquer informação sobre o paradeiro de Matos. O comando do Corpo de Bombeiros informou que não foi comunicado sobre as buscas, mas está à disposição dos familiares para auxiliar a partir de um dado concreto.
AJUDE
:: Quem puder indicar o paradeiro de Matos ou tiver visto alguém parecido com ele, pode contatar pelo telefone 190 da Brigada Militar ou nos telefones (54) 99165-3472 ou (54) 99144-0825.
:: Quem quiser ajudar nas buscas no sábado, basta estar no campo do Caxias antes das 8h30min de sábado (17).
Casa terapêutica percebeu sumiço no início da manhã
Matos ingressou na Celeiro de Cristo no dia 2 de agosto, uma sexta-feira. Conforme o diretor da casa, pastor Mário Wodzik, ele permaneceu sexta e sábado no local, mas no domingo apresentou agitação e manifestou vontade de voltar para casa.
— Não queria mais ficar. Daí, avisamos os parentes, que ficaram de vir na segunda-feira. Quando o pessoal acordou na manhã, ele (Matos) já não estava mais no quarto coletivo — conta o pastor.
Segundo o religioso, não há porteiro para controlar a entrada e saída de pessoas. Matos vestia apenas uma bermuda, chinelo de dedo e uma camiseta com o logo da Casa de Apoio Celeiro de Cristo. Como fez frio intenso nos últimos dias, os amigos e familiares ficaram bastante preocupados.
— O Alemão tinha manifestado o desejo de ir para uma clínica e se tratar. Sexta-feira eu levei ele lá e ele me disse que queria melhorar. Me corrói por dentro porque quis ajudar ele e um parceiro conseguiu essa clínica, fiz essa ponte — desabafa Chiquinho.
— A gente não sabe nem o que falar. Tomara que ele esteja trabalhando em algum lugar. Acredito muito que ele parou em outro local — torce Karine.