Familiares, amigos de longa data, colegas do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), artistas e dezenas de pessoas participam, neste sábado (17), das despedidas a Manoelito Carlos Savaris, presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que morreu na madrugada deste sábado (17), aos 67 anos, em decorrência de um câncer. O velório ocorre no Memorial São José, em Caxias do Sul, até a meia-noite. O sepultamento será em Bento Gonçalves no domingo (18), a partir das 9h.
Savaris deixa a esposa, Odila, e três filhos, Tiago, Tomás e Alina. Tomás, que integra o grupo de música instrumental Yangos, resgatou o legado do pai nos movimentos tradicionalistas:
— É com tristeza que a gente perde o meu pai e o seu Manoelito que, no tradicionalismo, dedicou grande parte de sua vida. Ele passou por praticamente todas as áreas, foi patrão do CTG, coordenador da região, presidente do MTG, presidente também do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG), historiador e escreveu diversos livros, tudo sempre com bastante maestria.
O filho Tiago ressaltou o lado familiar menos conhecido de Savaris:
— Acho que o principal legado dele é justamente o valor que a família tem para cada um de nós e tudo aquilo que ele passou em termos de valores. Que todo o sucesso que a gente adquire ou fracasso, pessoal ou profissionalmente, a gente sempre volta para nossa família que é a base de tudo. Com certeza é o que a gente vai levar para os nossos netos, para deixar ele orgulhoso.
Savaris deixa quatro netos, sendo que o mais novo nasceu na tarde desta sexta-feira (16). O avô conheceu Vicenzo, filho de Thiago e Marindia, por meio de uma videochamada, já que estava internado no Hospital Pompéia de Caxias. Ele também deixa seis irmãos, sendo que dois deles moram fora do país.
O caxiense Nicanor Castilhos, vice-presidente campeiro do MTG, falou sobre como ficam os tradicionalistas com a perda de Manoelito.
— Ele deixa um legado muito grande para o MTG. Ele estava pela nona vez à frente do movimento, conhecia como ninguém. Ele que teve a maior participação, sempre, nas maiores decisões. Ele era muito defensor da preservação da cultura gaúcha e nos ensinou muito. Cabe a nós darmos continuidade nesses ensinamentos. Mais de um milhão de praticantes da cultura gaúcha ficam órfãos — lamenta Castilhos.
Paulo Bertussi, filho de Honeyde Bertussi, tinha uma relação muito próxima com Savaris e o MTG acompanhava de perto o centenário do músico tradicionalista da Serra.
— Realmente é um dia muito triste para a cultura regionalista. Perdemos uma pessoa de uma trajetória brilhante. E não digo para o seu brilho próprio. Mas por todo o brilho que ele transferiu ao movimento tradicionalista gaúcho — enfatizou o amigo.
O prefeito de Caxias do Sul também lamentou o falecimento do presidente do MTG.
— Savaris é um baluarte do movimento tradicionalista. Seu incansável comprometimento com a preservação e valorização da cultura gaúcha conquistou a admiração de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo — destacou Adiló Didomenico.