CORREÇÃO: os novos médicos que têm ingressado na rede básica de saúde de Caxias do Sul cumprem carga horária de 12 horas semanais, e não 20 horas. A informação incorreta permaneceu publicada entre as 16h52min do dia 11/03/2020 e as 9h47min de 12/03/2020.
A rede básica de saúde pública de Caxias do Sul está com uma defasagem de 49 médicos, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. A taxa é de um profissional por unidade, já que são 49 postos de saúde na cidade. Mais da metade das unidades está com falta de profissionais; 28 estão com o quadro incompleto.
A Secretaria da Saúde aponta que, no início deste ano, muitos profissionais foram para residência médica, passaram em concursos ou entraram para o serviço militar voltado à área médica. Além disso, conforme a pasta, a defasagem no município existe porque muitos médicos que têm deixado o quadro de servidores são médicos com carga horária de 40 horas, que são os profissionais com atuação há mais tempo no município, e os novos que assumem são de 12 horas.
Desde o início de fevereiro, três editais de chamamento de profissionais para atuarem nos postos de saúde foram publicados, nomeando um total de 52 médicos. O prazo para assumirem os cargos é de até 45 dias a partir da convocação, considerando os trâmites do ingresso no serviço público. Até o momento, nenhum dos nomeados assumiu.
Um dos postos que sentem o efeito da falta de profissionais no município é a Unidade Básica de Saúde (UBS) Tijuca, que está sem clínico-geral desde o início do ano. A auxiliar de limpeza Joirma dos Santos, 38 anos, conta que, quando foi buscar atendimento no dia 20 de janeiro, fichas chegaram a ser distribuídas para quem aguardava; mas, logo depois, as pessoas que esperavam por atendimento receberam a informação de que não havia médico na unidade, e também não foi dada nenhuma perspectiva ou orientação para quem precisasse de atendimento. Conforme ela, o normal seria a unidade ter um clínico.
— Na última semana, liguei para o posto para ver como estava o atendimento e recebi informação de que ainda não havia médico, nem atendimento para situações que não fossem de urgência, que são atendidas na UPA — relata.
Conforme a Secretaria da Saúde, no entanto, a referência para a população da UBS Tijuca, enquanto está sem médico, é a UBS Santa Lúcia Cohab. Mesmo assim, há uma dificuldade de deslocamento; segundo Joirma, é necessário pegar dois ônibus para se deslocar entre os dois bairros.
O posto de saúde do loteamento Tijuca é referência para nove mil pessoas. A assessoria de imprensa da secretaria informa que o médico que atuava na unidade pediu desligamento. O atendimento diário previsto para o clínico geral é de 32 pessoas.
Ao todo, o efetivo atual de médicos para os postos é de 91 clínicos, 23 médicos de Estratégia de Saúde da Família (ESF), 33 ginecologistas, 46 pediatras e um psiquiatra. Conforme a Secretaria, contratos emergenciais só podem ser feitos depois do fim do prazo de 45 dias da nomeação dos médicos aprovados em concurso.