A urna eletrônica é segura? Candidatos como Jair Bolsonaro (PSL) acham que não – ele inclusive já declarou, mais de uma vez, que não confia no sistema e que pode haver fraude na eleição deste ano. No entanto, a Justiça Eleitoral garante que ela está livre de riscos, sim. Um fato que corrobora essa certeza é de que em 22 anos de sistema, nunca houve registro de fraudes.
São vários os dados apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para demonstrar a segurança da urna. Não estar conectada em rede, muito menos à internet, é um um deles. O sistema criptografado é outra garantia dada pela Justiça. Além disso, uma auditoria é realizada antes do pleito para verificar a integridade do sistema.
Chefe de cartório da 169ª Zona Eleitoral de Caxias do Sul, Edson Borowski alerta também para o bloqueio da urna até o dia da eleição. Após receber os dados de eleitores e dos candidatos, processo que em Caxias começou no dia 21, o equipamento é bloqueado e liberado para votação somente no domingo.
— Como uma barreira de segurança, ela estará programada, mesmo na carga antecipada, a funcionar apenas no dia 7 de outubro, às 7h, quando ela possibilitará a impressão da zerézima. Esse é mais um bloqueio, mais uma barreira que a urna eletrônica traz para evitar fraude.
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A zerézima é o documento emitido no dia da eleição, antes de iniciar a votação, para mostrar que não há nenhum voto inserido na urna. É o comprovante, conforme Borowski, de que não houve fraude. Depois da impressão, a urna bloqueia novamente e se libera, automaticamente, às 8h, horário de abertura oficial do pleito.
As urnas das 1.088 seções eleitorais de Caxias serão encaminhadas aos locais de votação no sábado, véspera da eleição. Os mesários deverão fazer o último teste, ligando a urna para verificar se a data e hora estão corretas. E se alguém resolve levar a urna para casa? Seria notado e teria consequências.
— O roubo da urna é possível, mas ia ser percebido — garante Borowski.
Desta terça-feira (2) até sexta-feira (5), as 1.271 urnas de Caxias (incluindo as reservas) serão ligadas para nova conferência. Desta vez, apenas para verificar se estão ligando corretamente e se o relógio está marcando dia e horário correto.
COMO FUNCIONA
Geração de dados
:: O sistema na urna eletrônico é produzido pelo TSE.
:: O sistema não está conectado em nenhum dispositivo de rede.
:: Ainda no Cartório Eleitoral, é gerada a mídia, que é a colocação em uma flash de carga (pen drive) com os dados dos candidatos (nomes, números e fotos) e dos eleitores de cada seção eleitoral.
:: Depois, é feita a geração das outras mídias: de votação e de resultados.
:: As únicas alterações que os funcionários do cartório fazem na urna são a inclusão da seção eleitoral e a atualização de data e hora.
:: Após, tem os testes para ver se ela está funcionando corretamente.
:: Finalizados os testes, a urna é bloqueada e somente poderá ser utilizada no dia da eleição.
Conferência
:: Após a geração das mídias, é realizada uma auditoria pré-eleitoral.
:: A auditoria é obrigatória.
:: Partidos políticos podem participar da auditoria.
:: Na semana da eleição, é feita conferência na urna, para verificar se ela está ligando corretamente e se o relógio não está atrasando.
:: A última verificação é feita pelos próprios mesários no sábado anterior à eleição (na véspera). A urna é ligada para garantir que ela está funcionando. Como está bloqueada, não pode ainda ser utilizada.
Dia da votação
:: A urna é ligada às 7h pelos mesários, na presença dos fiscais dos partidos políticos, para emissão da zerézima.
:: A zerézima é o documento que mostra que a urna não tem nenhum voto.
:: O mesário liga a urna e a zerézima é emitida às 7h. Deve ser feita com os outros mesários e fiscais.
:: Emitida a zerézima, a urna é bloqueada automaticamente e só será liberada às 8h para o início da votação.
Encerramento
:: Às 17h, após o último eleitor votar, o mesário digita o código de encerramento da eleição.
:: A urna irá gerar a primeira via do boletim de urna.
:: O boletim de urna traz os votos daquela seção.
:: Um boletim de urna deve ser afixado no local de votação.
:: O processo é encerrado e a urna é lacrada.
:: A urna é levada para o Cartório Eleitoral.
Sorteio e verificações de urnas no dia da eleição
No dia da votação, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) irá sortear 12 urnas no Estado. Quatro serão levadas para Porto Alegre e substituídas por urnas reservas.
Na sede do tribunal, elas serão utilizadas na votação paralela, em que os votos são digitados de forma aberta para conferência.
As outras oito não será levadas ao tribunal: passarão por verificação de integridade do sistema na própria seção.
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