O vice-presidente do Conselho Municipal da Juventude (Comjuve) de Caxias do Sul, Maxwel Abreu, 24 anos, entende que a criação de uma patrulha da Brigada Militar (BM) para monitorar as confusões em pontos de reunião de turmas, caso da Perimetral Norte e da Estação Férrea, e a campanha contra o consumo de bebidas de álcool entre adolescentes são necessárias, mas não resolverão o conflito que se estabelece em locais de diversão noturna na cidade.
Para Maxwel, que também integra a ONG Participatório da Juventude, é fácil apontar o rapaz e a moça que apreciam o som automotivo como baderneiros. Difícil, porém, é a comunidade apresentar uma alternativa de diversão considerada mais saudável. Quando refere-se à comunidade, o militante da juventude inclui o poder público, a iniciativa privada que oferece opções de entretenimento noturno e a sociedade.
— Não posso apontar que as pessoas que vão na Estação Férrea, que vão na Perimetral como baderneiras. Ali estão jovens que trabalham e pagam para ter um equipamento automotivo. Quando chega o final de semana, eles querem usar esse aparelho. Só que não oferecemos um local para essa diversão, apenas boates, onde o acesso é pago. Então, a juventude fica ao redor das casas noturnas porque não tem dinheiro e porque, muitas vezes, é melhor fica mesmo no lado de fora — exemplifica Maxwel.
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As principais reclamações que chegam ao 190 da BM envolvem som alto na rua, brigas, consumo de bebidas e até mesmo rachas entre veículos. No caso do Conselho Tutelar, as demandas têm relação com adolescentes que compram e consomem bebidas na frente de lojas de conveniências e em pontos de encontro de turmas como a Estação Férrea e a Perimetral Norte, no bairro Sagrada Família.
O vice-presidente diz que o Comjuve convocará reuniões em macrorregiões de Caxias para ouvir a população e tentar estabelecer ações práticas para contornar a falta de opções para os jovens. Titular municipal da Juventude, órgão ligado à prefeitura, Lucas Guarnieri, acredita que só ações repressivas não surtem efeito a longo prazo.
— Mas é complexo também falar em prevenção. Antes de mais nada, é preciso que os temas da juventude entrem na agenda da cidade, e um dos pontos é a criação de uma política municipal para esse público, que ainda está em fase de discussão — cita Guarnieri.