A tradicional celebração de Sexta-feira Santa teve significado especial para os milhares de fiéis que participaram da procissão pela paz, realizada em Caxias do Sul nesta tarde.
Além de relembrar os últimos momentos de Jesus, o ato buscou chamar a atenção para o problema da violência que assola a cidade.
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A procissão começou por volta das 15h20min, após o bispo Dom Alessandro Ruffinoni celebrar uma missa na Catedral Diocesana. Fiéis da Igreja de São Pelegrino subiram pela Rua Sinimbu até a praça Dante Alighieri carregando a cruz da Jornada Mundial da Juventude e se uniram aos participantes que saíam da Catedral levando a imagem do Cristo Morto.
As duas procissões seguiram pela Av. Júlio de Castilhos até a Rua Do Guia Lopes, simbolizando o caminho da Via-Sacra. Ao mesmo tempo, fiéis vindo da paróquia de Nossa Senhora de Lourdes caminhavam em direção contrária com a imagem de Nossa Senhora das Dores.
No momento em que as procissões se encontraram, os religiosos dedicaram um momento à lembrança das crianças que foram vítimas de violência em Caxias, com destaque para a menina Naiara Soares Gomes, sete anos, e as duas crianças de seis anos baleadas na saída de uma escola no bairro Kayser.
Estes acontecimentos serviram de motivação para que Silvana Soares, 42, participasse da caminhada.
— A gente vem todos os anos, mas hoje, realmente, viemos pelo ato da paz. É bem aquilo que a gente está vivendo — destacou a dona de casa, que estava acompanhada pela filha Rafaela, de um ano e cinco meses.
Quando a procissão retornou à praça, os presentes balançaram lenços brancos, enquanto o bispo Dom Alessandro Ruffinoni pedia a união de todos para superar a violência.
— É muito bom ver tanta gente aqui. É sinal de que nosso coração ainda é sensível à dor humana e à dor social. Precisamos da ajuda de todos para ter mais segurança nos caminhos que levam às escolas, ao trabalho, aonde queremos ir. Se uma família estiver fragilizada, que as outras ajudem — discursou.