A prisão de um casal pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Caxias do Sul marca a fase final da investigação da Polícia Civil contra a organização criminosa responsável por dois ataques a bancos de Campestre da Serra no primeiro semestre deste ano. Enedir Meireles Tramontin, 22 anos, e Joice de Amaral de Oliveira, 20, tentaram resgatar o grupo que atacou o Banco do Brasil e foi cercado pela Brigada Militar (BM).
— Eles foram abordados, mas, naquele momento, os colegas não tinham como fazer a prisão em flagrante. Aprimoramos as investigações e realizamos uma série de diligências que comprovam esta participação deles no esquema criminoso, inclusive guardando armas do bando — explica o delegado Joel Wagner, da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic).
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Tramontin já havia sido preso, na mesma investigação, com uma espingarda em 30 de agosto durante mandado de busca em Caxias do Sul. Após aquele flagrante, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva dele e de sua mulher, Joice, o que foi deferido pelo Poder Judiciário na semana passada. A captura, realizada durante abordagem da PRF na noite desta segunda-feira, facilita a investigação.
O inquérito sobre os ataques em Campestre da Serra fazem parte a Operação Xplode, uma investigação permanente do Deic que monitora organizações criminosas que utilizavam explosivos contra agências bancárias. O casal, segundo o delegado Wagner, faz parte do bando liderado por Diego Alexandre de Menezes Rios, o Guinimen, e Deyvid Possa, o Alemão, ambos presos durante o cerco da BM após ataque ao Banco do Brasil no dia 3 de junho.
A dupla tem histórico neste tipo de crime. Possa e Rios faziam parte do bando de Edilson Muller Carvalho, o Passarinho, que morreu afogado no Rio Mampituba, em Passos de Torres (SC), no dia 8 de março. Carvalho era apontado como o procurado número 1 da Delegacia de Roubos, do Deic, e comandava ataques a bancos com reféns, principalmente na região central do Estado. Após a morte de seu líder, Possa e Rios teriam reorganizado o bando criminoso e migrado para a Serra. Além do ataque ao Banco do Brasil em que foram presos, eles são investigados pelo assalto ao Banrisul de Campestre da Serra em 11 de abril.
Foi a investigação sobre o mesmo bando que resultou na apreensão de material explosivo em Alvorada no dia 30 de agosto. Na ocasião, foi preso em flagrante Rafael Borges Dolfini, 38 anos.
— Da mesma maneira como o Enedir (Tramontin), ele também foi tentar auxiliar os criminosos durante o cerco em Campestre da Serra. As circunstâncias indicam que eles eram os responsáveis por guardar armas e explosivos do bando — explica o delegado Wagner.
No total, a investigação resultou na prisão de oito pessoas, além da morte de Fábio Junqueira da Silva em confronto com a Brigada Militar após o roubo em junho. O chefe da Delegacia de Roubos do Deic, no entanto, não descarta a participação de outras pessoas nos crimes. A investigação prossegue.