Um comissário da Polícia Civil foi preso, na manhã desta sexta-feira, por participar do furto de armas e drogas da delegacia de Nova Prata, na Serra, no dia 18 de junho. Ele foi chamado pela Corregedoria da corporação, e se apresentou em seguida na delegacia. As informações são da Gaúcha Serra.
Os próprios colegas investigavam o crime e não entendiam como os dois bandidos que ingressaram na unidade tiveram tanta facilidade para encontrar o cofre e pegar as armas. O comportamento do policial durante a apuração levantou desconfiança aos demais investigadores.
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Depois disso, dois suspeitos do crime se apresentaram na delegacia. Um deles falou pouco, mas o outro deu todos os detalhes do acerto com o policial para o furto. O que era uma desconfiança passou a ser quase uma certeza depois da análise de câmeras de segurança.
– As imagens mostram que o policial esteve na delegacia uma hora antes do evento, e nesse momento, de acordo com os depoimentos, ele deixou a porta da delegacia aberta e o cofre também. Os outros só vieram e tomaram as armas –garante o corregedor da Polícia Civil, delegado Marcos Meirelles.
A polícia sabe, mas não quis divulgar para preservar futuras ações, o que levou o policial a participar do crime. O corregedor se reservou a dizer que os envolvidos não integram nenhuma facção ou quadrilha de expressão ligada ao tráfico de drogas. De acordo com ele, poucos casos assim chegam ao conhecimento da direção da Polícia Civil.
– Esse é o primeiro caso de arrombamento em delegacia e facilitação que tenho conhecimento desde que cheguei na corregedoria – afirma Meirelles.
Um dos outros dois suspeitos está preso por outro crime e o outro agora é considerado foragido.
Do total de armas furtadas, há informações precisas até agora de que uma espingarda calibre 12 foi recuperada. Ao todo, foram levados três revólveres 38, duas garruchas 22, uma pistola 380 e pequenas porções de drogas.
A ação de hoje também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na casa dos investigados, e foi denominada de "Operação Clean". A palavra significa limpo, em alusão a retirada da delegacia de um policial suspeito de crimes.
A Polícia Civil tem o prazo de 10 dias para que todas as provas sejam reunidas e o inquérito remetido ao Poder Judiciário.