A Polícia Civil de Caxias do Sul concluiu que o motoboy Ricardo Barbosa Pires, 23 anos, foi assassinado após uma fofoca. De acordo com a investigação da Delegacia de Homicídios, o rapaz teria dito a um conhecido, em tom de brincadeira, que um motociclista do bairro onde morava deveria morrer. A sentença de Pires se referia a Anderson Gimenes Fernandes,23, que circulava na Zona Norte com uma motocicleta barulhenta. Foi o que bastou.
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Ao ficar sabendo do comentário, Fernandes sentiu-se ofendido e preparou uma emboscada em frente a uma casa de lanches: o motoboy levou tiros quando realizava uma entrega. Baleado quatro vezes na Avenida Antonio Andrighetti, no bairro Vila Ipê, Pires morreu antes de receber socorro. O crime ocorreu em 8 de novembro de 2016, mas o inquérito foi concluído nesta semana com o indiciamento de Fernandes por homicídio qualificado.Testemunhas relataram que os tiros partiram de uma motocicleta tripulada por dois homens, que fugiram após o assassinato.
– Segundo consta, a vítima falecida estava com um sujeito, viu o indiciado passar com uma moto barulhenta e falou brincando "tem que matar esse cara". Esse cara que ouviu foi e contou para o Fernandes, que matou Pires. Morreu por uma fofoca – relata o delegado Rodrigo Kegler Duarte, titular da Delegacia de Homicídios.
A Polícia Civil não representou pela prisão preventiva do investigado porque todos os indícios de autoria são indiretos. A investigação não encontrou testemunhas que viram Fernandes atirando, apenas que relaram que o indiciado estava monitorando a vítima momentos antes do crime. Assim, Fernandes responde ao processo em liberdade.
O indiciado possuía apenas um antecedente, quando foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em 24 de abril de 2016. O outro tripulante da motocicleta não foi identificado. A arma utilizada no crime não foi encontrada durante a investigação.