Há alguns anos, de olho nas vendas, comerciantes - fora dos grandes shoppings - começavam a enfeitar suas lojas com artigos natalinos ainda no final de outubro. Desde o ano passado, quem circula pelo centro de Caxias do Sul notou que a decoração deixou de ser destaque nessa época, considerada a que mais movimenta o comércio durante o ano. A queda nas vendas e a retração na economia são reflexos do cenário.
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– Há uns dois anos, decoramos as vitrines com os produtos da loja mesmo. Temos pinheirinhos, guirlandas, mas nada como era uma vez. Ficava ainda mais atrativo aos olhos, mas não vemos diferença no movimento na livraria. As pessoas não estão deixando de comprar em função da falta de decoração, mas porque estão sem dinheiro. As vendas estão fracas mesmo, esperamos que melhore com o pagamento do 13° salário – projeta a gerente da Livraria Rossi do Centro, Rita de Bortoli.
Ao contrário da livraria, a centenária Magnabosco, na esquina da Sinimbu com a Dr. Montaury, investiu bastante na decoração da fachada. A loja foi palco para a apresentação de abertura do Natal Brilha Caxias no domingo, com apresentação do Coral da Unimed, e recebeu luzes e uma guirlanda com 3,9m de diâmetro, feita de fuxicos pelo atelier da caxiense Luciana Machado. A ideia, de acordo com o diretor Pedro Horn Sehbe, é resgatar o espírito natalino, dar destaque para o Centro e, claro, impulsionar as vendas.
– A decoração traz um simbolismo nessa época. Sabemos que a situação financeira não está boa para todos, mas não dá para não fazer nada. A loja ganha outro clima quando está enfeitada. Tenho certeza que o comerciante que se engajar, decorar o seu espaço, só terá como resultado coisas boas – acredita Sehbe.
No Bazar São Pelegrino, que comercializa artigos para decoração natalina, as vendas ainda estão devagar, mas estão ocorrendo, ao contrário do que se previa. A loja começou a expor enfeites no início de outubro e a procura por pinheirinhos e luzinhas vem crescendo a cada dia, de acordo com Marina Martins, funcionária do estabelecimento. Ela diz que as pessoas estão comprando menos em comparação com o ano passado, mas mais pessoas estão adquirindo enfeites.
– O que mais sai são os pinheirinhos, que custam entre R$ 6,50 e R$ 800, e os jogos de luzes, que vão de R$ 9,90 a R$ 100. Mas as quantidades são pequenas, o que dá para acreditar que as pessoas estão enfeitando o interior das residências e não mais como uma vez, com luzes por toda a casa – acredita Marina.