
A morte de um cão da raça dobermann virou caso de polícia em Antônio Prado, na sexta-feira. Conforme os donos do animal, dois PMs da Patrulha Ambiental (Patram) entraram na propriedade da família na Rua Laurindo Zanotto, no centro da cidade, em busca de informações. Neste momento, o cachorro teria surgido na varanda da moradia e foi baleado com um tiro no peito pelos policiais.
A versão da polícia é outra: a guarnição entrou no terreno da residência, que estava com o portão aberto. Ao chamar pelos moradores, o cachorro teria avançado contra os policiais. Em defesa, os PMs dispararam um tiro para assustá-lo. Ao constatar o ferimento, a própria Patram teria socorrido o cão.
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Os donos de Zeus, oito anos, estão inconformados. Segundo Roberto Schiochet, 50, o cachorro era dócil, acostumado a conviver com crianças e, apesar do tamanho, era muito brincalhão.
– Zeus era mais do que um cachorro, tínhamos ele desde filhote, foi sempre criado como um membro da família. Estou triste, arrasado e quero justiça. Não é porque é um cão que essa brutalidade deve ficar impune – lamenta ele.
Rafaela Schiochet, 21, conta que não percebeu que o tiro tinha sido no peito de Zeus. Ela afirma que aguardar outros familiares para socorrer o bicho.
– Foi cena de filme de terror. Tem sangue por tudo, pois o Zeus tentou se esconder na casinha dele. Enquanto eu esperava ajuda, os policias ficavam batendo fotos – explica a jovem.
O comandante da Patram, Paulo César Rodrigues dos Santos, descreve o fato como fatalidade. Ele reforça que a ocorrência também entristeceu a guarnição, pois a instituição tem total afeto por animais e jamais tiraria a vida do cachorro intencionalmente.
– É um caso atípico e nos deixa abalados também. Precisamos agora entender o que aconteceu. É claro que a vida do cão não volta mais, mas nosso papel é esclarecer o fato. Sentimos pela perda da família e nos colocamos à disposição – explica Santos.
A Patram deve abrir nos próximos dias um processo administrativo para esclarecer a ocorrência.