Com problemas na entrega do leite em pó, escolas municipais de Caxias do Sul estão orientadas a servir suco aos estudantes. Por enquanto, os colégios estão administrando a merenda com leite remanescente de entregas anteriores. As escolas receberam um e-mail da prefeitura informando que a remessa de suco de laranja será reforçada com uma entrega extra para ser servida no lugar do leite.
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Segundo a secretária de Recursos Humanos e Logística, a Mesasul comércio de alimentos LTDA, empresa que venceu a última licitação para fornecimento do produto, não realizou nenhuma das duas entregas previstas para este ano - o contrato, iniciado em janeiro, teria vigência até dezembro. Após a primeira falha, a empresa foi notificada. Como mesmo assim as remessas não foram enviadas, a empresa será multada e impedida de participar de outras licitações.
– A empresa alegou precisar de reajuste no preço, mas isso seria uma fraude, não podemos fazer. A justificativa da empresa é que foi por causa da inflação – explica a secretária.
O valor, definido em licitação, era de R$ 630 mil para fornecimento de 41.790 pacotes de leite de pó de um quilo cada. Para não deixar a rede municipal desassistida, agora o leite será comprado com dispensa de licitação. A ideia é que nos próximos dias a situação já esteja resolvida. Enquanto isso, as escolas servem o lanche como podem. Na Dezenove de Abril, no loteamento Cidade Industrial, a previsão é de que o leite termine em uma semana.
– As crianças precisam desse nutriente, então esperamos que logo esteja resolvido – diz a vice-diretora do turno da tarde, Karla Pozenato.
Outra que pode ficar sem leite nos próximos dias é a Ramiro Pigozzi, no Arco Baleno.
– Ainda temos alguma coisa de leite, mas não tenho certeza até quando vai durar – aponta o diretor, Antônio Leite.Ainda conforme a secretária, também ocorreu problema com o café: a mesma empresa também pediu reajuste do valor. Neste caso, o certame está sendo repetida.
A Mesasul alega que é uma empresa atacadista e teve problemas com uma fornecedora do laticínio, dona da marca que foi cotada e aprovada na licitação com a prefeitura de Caxias. A procuradora da empresa, Márcia Schon, diz que a fornecedora explicou que não conseguiu produzir leite em função da queda na safra. Consequentemente, não entregou a quantidade correta no prazo determinado.
– Sabendo disso, solicitamos à prefeitura a possibilidade de entregar outra marca de leite, mas não foi aceito. Então não conseguimos cobrar da fornecedora, que não tinha o produto, mas também não conseguimos cumprir o prazo com o poder público. Há cerca de três meses, pedimos o cancelamento do contrato, mas ninguém nos deu uma resposta – alega Márcia.
A procurada ainda afirma que, há 15 dias, a prefeitura ofereceu o reequilíbrio do valor cotado em janeiro para que o leite fosse entregue. Mas, segundo Márcia, o preço não cobriria o valor atual do produto.
– Os valores não são os mesmos, então não conseguimos comprar para entregar.