Cerca de 100 pessoas participaram na tarde deste sábado de uma caminhada que lembrou o primeiro ano da morte da estudante Ana Clara Benin Adami, 11 anos. O grupo de familiares, amigos e vizinhos saiu às 17h da Moreira César, em frente à Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade e seguiu pelo corredor de ônibus até a Rua Marcos Moreschi, onde fica a igreja do Pio X. Durante o trajeto, os participantes cantaram e rezaram.
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– Este é um ato de solidariedade, mas não deixa de ser um protesto, porque a nossa cidade está muito violenta – discursou o padre da paróquia Santa Catarina, Renato Ariotti, que conduziu a caminhada ao lado do pároco do Pio X, Izidoro Bigolin.
Ao final da manifestação, já em frente à igreja, o pai de Ana Clara, Sérgio Olivo Adami, leu uma mensagem elaborada por ele e pela esposa Márcia Elisa Benin. Eles pediram que o Poder Judiciário repense ao conceder liberdade a quem tem vasto histórico criminal. Para o casal, muitos crimes poderiam ser evitados dessa forma.
"Que eles (Judiciário) se inspirem na mensagem deixada por nossa filha Ana Clara sobre a pena de morte, onde ela termina pedindo o mínimo, dizendo: 'eu acho que a prisão já é suficiente'. Que mais pais não precisem passar por imensa dor e sofrimento como esta em que estamos passando", diz um trecho do texto.
Após o ato, foi realizada missa de um ano da morte da menina.
A principal hipótese da Polícia Civil é de que Ana Clara foi morta durante um assalto cometido por Gedson Pires Braga, o Cavernoso, 24 anos. A criança levou um tiro nas costas quando seguia com uma amiga para a catequese no bairro Pio X, no dia 16 de julho de 2015. Braga não roubou nada. Um mês depois, ele foi executado a tiros no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz numa disputa envolvendo grupos de traficantes.
Confira a mensagem lida pelo pai de Ana Clara: