"Uma casa sem risco de ruir". É assim que familiares das duas vítimas fatais pela chuva, de Gramado, falam sobre a residência em que estavam Elisabeta Maria Benisch Ponath, 51 anos, e Lidwina Lehnen, 86, no início da tarde de sábado (18) quando a casa foi soterrada, na Linha Marcondes Baixa.
Mãe e filha recém tinham almoçado com a família na casa em que moravam, próximo a um córrego e com uma distância considerável de um barranco. Junto estavam o companheiro de Elisabeta, Olavo, e a filha dela, Débora Carolina. Os dois conseguiram sair da casa a tempo e sobreviveram.
— Foi tudo muito rápido, eu fiz um chá e fui para o quarto e aí ouvi um estalo. Quando olhei para a janela, vi uma árvore se mexendo e gritei para minha mãe (Elisabeta) — conta Débora.
Neste momento, Elisabeta chamou o marido e os três saíram de casa, mas a mulher acabou retornando para retirar a mãe.
— Eu fui atrás da minha mãe para ajudar a vó e quando vi, caiu um barranco bem na minha frente. Tentei puxar minha mãe pelo braço, mas não consegui. Precisei sair correndo porque vinha mais terra — acrescenta a neta de Lidwina, emocionada.
A aposentada e a filha, que estava trabalhando no comércio gramadense, foram veladas na Igreja Nossa Senhora da Purificação, na mesma localidade onde moravam, e sepultadas no cemitério à frente da igreja, às 18h deste domingo (19).
— Eu não consigo acreditar. Eu estava falando com um sobrinho e ele me mandou um áudio de uma mulher dizendo que minha irmã tinha morrido. Fui até o local e precisei ajudar a tirar minha mãe dos escombros. Eu só consigo ter essa lembrança — diz o filho de Lidwina, Márcio Afonso Benisch.
Ele explica que, ao saber que a casa tinha sido soterrada não conseguiu acreditar. Nem ele e nem o irmão, Antônio, souberam precisar a quanto tempo a família morava no local, mas destacam que nunca houve problemas com chuva ou algum pedido de interdição da Defesa Civil anteriormente.