Se é verdade que o futuro traz otimismo, com o anúncio recente pela prefeitura de uma revitalização orçada em R$ 5 milhões, o presente ainda preocupa os moradores do entorno do Largo da Estação Férrea, em Caxias do Sul, assim como as forças de segurança pública. Com o abrandamento da pandemia, o local voltou a ser ponto de encontro para pessoas que se excedem no consumo de álcool e no barulho, provocando baderna e trazendo insegurança a quem não participa da folia.
- Tenho recebido pessoalmente relatos de moradores, que muitas vezes enviam fotos e vídeos, demonstrando essa situação que voltou a ocorrer na Estação. São jovens que querem extravasar e gastar sua energia, o que é natural, mas que acabam cometendo excessos e trazendo perturbação - comenta o secretário municipal de Trânsito, Alfonso Willembring.
Na noite do último sábado, pelo segundo final de semana consecutivo, a Ação Contra a Perturbação do Sossego teve a Estação Férrea como um dos pontos de abordagem, que resultou em dezenas de autuações a motoristas, por estacionamento em local proibido, ruído excessivo ou embriaguez ao volante, além de três locais interditados por irregularidades. Willembring destaca que, em reunião entre as lideranças envolvidas na força-tarefa concordaram em intensificar a fiscalização na estação Férrea:
- Antes mesmo de ter dados sobre a operação, a percepção empírica que todos tivemos, envolvendo o secretariado e os comandos policiais, foi de que precisamos manter essas operações aos finais de semana, a fim de coibir a bagunça e tentar trazer uma normalidade a essa região nobre e histórica de Caxias.
O diretor da Guarda Municipal (GM), Alex Oliveira Kulman, aponta que, ao mesmo tempo que existe a necessidade, também há uma dificuldade de se manter uma atenção mais específica a um único local, devido ao tamanho da cidade e a limitação de efetivo dos órgãos de segurança:
- Só para ter uma ideia, nós fechamos o ano passado com mais de 30 mil ligações no 153 (número de telefone para denunciar irregularidades à GM), e esse ano não vai ficar atrás. Também somos responsáveis por monitorar 256 prédios públicos. Existe uma demanda enorme por segurança, que não se restringe a um único local. Intensificar a fiscalização num ponto específico é uma avaliação que cabe ao secretariado.
Alexandre Tres, presidente da Associação de Moradores do bairro São Pelegrino, considera que o principal problema está no descontrole quanto aos carros estacionados em local proibido,na Rua Dr. Augusto Pestana. No entanto, considera que seria mais efetivo se, ao invés de ações de repressão, houvesse um ponto fixo ocupado pela Guarda Municipal:
- Nós, moradores, sabemos que o bairro é convidativo e não somos contra as pessoas virem se divertir. Mas com consciência. Do jeito que está sempre pode estourar uma briga, alguém estar com uma arma escondida no carro, ou mesmo drogas. Com o plano de revitalização a gente espera que haja uma preocupação maior com a prevenção.