Há quase um ano ocupando o prédio do antigo colégio Mutirão, na Rua Pinheiro Machado, estudantes e professores da Escola Municipal Laurindo Luiz Formolo mantém a expectativa pela construção da nova sede, no bairro São Ciro II. Na última sexta-feira (27), o município lançou o quarto edital de licitação para contratar a empresa responsável pela obra. Os três anteriores não avançaram, dois por falta de interessados e um por desclassificação das candidatas.
A comunidade escolar aguarda o novo prédio desde 2019. Na época, a prefeitura apresentou um projeto prevendo um imóvel de três andares, com oito salas de aula, duas salas de educação infantil, laboratório, biblioteca, sala de artes e sala multiuso. O projeto também inclui ginásio, quadra esportiva e um anfiteatro com capacidade para cerca de 180 pessoas. Além disso, estão previstos sistema de reuso de água, captação de energia solar e lousas digitais.
O prédio original, construído em 1990, apresentava problemas estruturais há cerca de sete anos e, devido à precariedade, não tinha possibilidade de reforma. Desde julho do ano passado, os estudantes foram transferidos para o endereço provisório, com o transporte pago pelo município. A intenção era demolir o imóvel antigo no momento da construção da nova sede, que ficará no mesmo endereço. No entanto, o vandalismo fez o município antecipar os planos e colocar a estrutura abaixo ainda em janeiro.
Em 2020, o projeto chegou a ser alvo de debate entre o município e a comunidade escolar. Isso porque a prefeitura propôs construir um modelo mais barato, mas que desagradava aos pais dos estudantes por conta das configurações do prédio. Após a realização de reuniões, a administração acatou o pedido dos pais e manteve o projeto original. A cada licitação deserta ou fracassada, porém, o valor precisou ser atualizado e já alcança R$ 10,8 milhões, contra R$ 8,6 milhões projetados inicialmente.
Embora o valor seja alto, a diretora da escola, Jaciara Ivone Viesser Bosi, não demonstra tanto otimismo. Diante dos processos que não avançaram, ela teme que novamente o certame possa não ter interessados. Isso só prolongaria uma situação desconfortável de estar em uma sede provisória.
— Não anima porque já passamos por três licitações e até agora nada. Isso tem deixado a comunidade irritada porque já faz quase um ano que estamos em outro lugar. Estamos em um prédio locado, pagando aluguel caro, pagando transporte e já perdemos a identidade da nossa escola — argumenta.
A estimativa é de que a construção dure um ano e meio a partir da assinatura da ordem de início, o que ocorre somente após a licitação. As propostas, se existirem, serão conhecidas em 30 de junho.
Secretária diz que valor é suficiente
A secretária de Educação de Caxias, Sandra Negrini, afirma que o valor é suficiente para atrair empresas para a obra, já que ele foi atualizado por uma tabela padrão utilizada em contratações públicas.
— Se anteriormente as empresas estavam interessadas com os valores calculados pela mesma tabela, não tem porque não se interessar agora — observa a secretária de Educação de Caxias, Sandra Negrini.
O município também flexibilizou a exigência de comprovação técnica, responsável pela desclassificação das candidatas no último certame, realizado no ano passado. Agora, em vez de comprovar a experiência de construção de uma única obra de porte semelhante, o município vai aceitar a soma das metragens de várias construções. Essas mudanças devem permitir uma maior participação de empresas.
— Queremos que a obra ande, porque já era nossa expectativa no ano passado. Aquela comunidade merece e, sem dúvida, será uma obra diferenciada para a cidade.