A tarde de abertura da 33ª edição da Festa da Uva teve movimentação tranquila nos pavilhões, em Caxias do Sul. A chuva, que iniciou depois das 15h e se encerrou por volta de 17h30min, e a queda na temperatura pegaram muitos visitantes, que vestiam roupas leves, de surpresa. Mesmo assim, o mau tempo não prejudicou o fluxo de pessoas que visitavam os estandes.
No espaço denominado como Solo de Inovação, no Centro de Eventos, os olhares curiosos percorriam os atrativos tecnológicos. Entre as tecnologias expostas de forma inédita nos estandes estavam os robôs que colhem uva desenvolvidos pelos alunos da Rede Caminho do Saber, além do protótipo de uma prótese de mão.
— Hoje pela manhã, em conversa com empresários, eles já questionaram se existe a possibilidade do robô colher maçã. Tem interesse porque é um problema para a sociedade, e essa é a ideia da educação tecnológica — diz a diretora-presidente da escola, Maristela Tomasi Chiappin.
Outra atração do espaço são os diversos simuladores de direção produzidos pela empresa caxiense Realdrive Simuladores, que participa pela primeira vez da festa. No espaço, visitantes podem sentir toda a emoção do automobilismo virtual, com telas e direções e sensações reais.
— Trouxemos uma gama de produtos. Tem o primeiro simulador do Brasil com dois lugares. Tem simulador de caminhão, de ônibus, de autoescola e de voo. Esta é uma área de treinamento. E tem o lado mais da diversão, com simulador de montanha-russa, de corrida... Queremos divulgar esse trabalho que estamos desenvolvendo na Serra gaúcha — explica o diretor de tecnologia da empresa, Matheus Stumpf.
Outra novidade desta edição é a Praça das Cidades, um setor que envolve 23 municípios da Serra que foram convidados a participar do evento. Nos locais, há divulgação de outras festas da região e atrativos que impulsionem o turismo da região.
Para o prefeito de Jaquirana Marcos Finger Pires o espaço representa a oportunidade para divulgar bem os municípios dos Campos de Cima da Serra.
— É uma chance única, principalmente porque o município está despontando para o Ecoturismo. É a oportunidade para aparecer não só para o Estado, como para o país todo. Quem vem a Jaquinara, hoje, encontra muita beleza natural, muita cascata, muito turismo de aventura, trilhas e caminhadas — diz o chefe do Executivo.
Turistas aprovam atrações
Os corredores mais espaçosos do Pavihão 1 e os espaços bem-distribuídos do Pavilhão 2 tornaram a visitação dos estandes confortável na tarde desta sexta-feira. A movimentação tranquila também contribuiu para que as pessoas pudessem dispensar mais tempo ao circular por cada atrativo.
Na Vila dos Distritos, onde há venda de artesanatos, produtos coloniais e onde os moradores mostram aos visitantes a hospitalidade e os costumes típicos italianos, o entregador Rafael de Brito da Silva aproveitava para tirar fotos do pai Edison Vale da Silva. O jovem, vindo do interior de São Paulo, elogiou a estrutura e se disse encantado pela exposição de uvas. Eles visitavam o evento pela primeira vez.
— Estou achando tudo incrível. Logo na entrada, vi as uvas premiadas. Nunca tinha visto nada parecido — conta o rapaz, que é de Ribeirão Preto.
Já família Barreto, de Viamão, aproveitou para fazer o turismo regional, antes de apreciar as atrações da 33ª Festa da Uva. Na quinta-feira, eles estiveram em Bento Gonçalves, onde puderam colher a estrela do evento, diretamente dos parreirais.
— Estamos levando bastante uva para casa. Tem até chope de chocolate e de uva — conta a moradora de Viamão, Rosangela Muniz Quadrado, acompanhada do marido, Alexandre Barreto e da filha Bruna Muniz Quadrado Barreto.
Portões abriram às 14h30min
Os portões do parque abriram por volta das 14h30min, após a saída do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, dos pavilhões. A chuva também se fez presente nos primeiros minutos da Festa da Uva, mas sem prejudicar o deslocamento da comunidade, já que as estruturas da recepção são cobertas.
Logo na entrada, os visitantes são recepcionados por atores em um cenário de navio, como se estivessem embarcando em uma viagem. Ao longo do trajeto, há monitores com camisas da Festa da Uva para auxiliar na utilização de máscara de proteção contra o coronavírus. Na cenografia, também há representações de lugares importantes da cidade, como o Monumento Nacional ao Imigrante e o trem, que é uma figura importante do desenvolvimento de Caxias do Sul.
É na recepção que o público também recebe uma caixa com um cacho de uva. O aposentado Pedro José Blacene veio de Porto Alegre com a esposa, Elisete, e a neta Manuela. Foram um dos primeiros a acessarem o parque. Segundo Blacene, a família aproveitou a sexta de folga para viajar até a Serra e acompanhar a programação da Festa da Uva
— Viemos em busca de diversão — conta ele, que chegou em Caxias pela manhã e almoçou em um shopping da cidade.
Quem também aproveitou os primeiros minutos do evento foi o casal Jonathan Vargas e Fabiane Tinn, ambos de 33 anos. Eles são moradores de Pelotas, vieram a Caxias para um compromisso pessoal e aproveitaram para estender o roteiro até os pavilhões. É a primeira vez deles na Festa da Uva.
— É uma cultura muito diferente da qual estamos acostumados e por isso não fomos embora antes de conhecer — conta Jonathan, que disse que pretende levar uma lembrança da cidade para a Zona Sul do Estado.