Até o dia 24 de julho, os bairros Belo Horizonte, Santa Fé, Vila Ipê e Canyon, situados na Zona Norte de Caxias do Sul, serão foco de uma série de ações a serem executadas por equipes da prefeitura. A região foi escolhida para receber o primeiro ciclo do programa Luz, Cor e Flor, que tem como objetivo promover a revitalização de espaços públicos por meio de reparos em calçadas, praças, recuperação de sinalização, plantio de flores e poda. Uma reunião realizada no sábado (10), com a presença de representantes dos bairros, assim como de diferentes secretarias municipais, alinhou as primeiras estratégias a serem adotadas na região, começando nesta segunda-feira (12).
A iniciativa que integra o plano de governo da atual gestão, no chamado "Humaniza Caxias" e também contempla a retomada do Bota-Fora da Codeca, uma ação de recolhimento de entulhos que, neste primeiro ciclo, está marcada para o dia 23 de julho. Conforme a vice-prefeita Paula Ioris, que coordena o programa, as ações terão continuidade em outras oito regiões da cidade até o final do ano.
— Se o clima colaborar, estamos prevendo outros ciclos de 15 dias em diferentes regiões da cidade. É uma ação maior do que "nos bairros", é uma ação "em Caxias". A ideia é que isso seja permanente até estarmos em uma condição melhor na cidade. Já fomos a mais limpa do RS e a quinta mais limpa do Brasil. Precisamos resgatar a autoestima da nossa cidade pela limpeza e pelo embelezamento, resgatando o espírito comunitário, convidando todos a cuidarem de suas casas, suas ruas, seus condomínios... Desenvolver o amor pela cidade através do cuidado — defende a vice-prefeita Paula Ioris.
Além dela estiveram na reunião de sábado o prefeito Adiló Didomenico, secretários e técnicos das secretarias que irão atuar diretamente no programa, que são Obras e Serviços Públicos, Meio Ambiente, Esporte e Lazer, Cultura, Trânsito, Transportes e Mobilidade, Desenvolvimento Econômico, Codeca e Coordenadoria de Relações Comunitárias. Também estavam presentes os vereadores Zé Dambrós e Gilfredo de Camillis, ambos do PSB.
Segundo a vice-prefeita, a ideia é mobilizar as comunidades a partir de núcleos como as Associações de Moradores do Bairro (Amobs), as escolas, clubes de mães e empresas, para que o trabalho iniciado pela prefeitura conte com o engajamento dos moradores.
— Sentimos um bom acolhimento nesta primeira reunião, que teve boa participação por parte de lideranças locais. Os presidentes das quatro associações de moradores se fizeram presentes, além de outras representatividades. Levamos a proposta e ouvimos também as demandas de cada localidade. Agora reunimos um grupo de trabalho que irá pensar junto nas formas de mobilizar os moradores, seja a partir da escola ou das redes sociais, para que identifiquem como podem participar. O desafio é que todos abracem isso como uma construção positiva, para que a gente possa realmente ir em frente — avalia.
Ainda dentro do programa deverá ocorrer o chamado Dia D: datas periódicas de incentivo para que toda a comunidade caxiense se envolva no embelezamento da cidade ao mesmo tempo. Nesta data, que ainda não está definida, Paula explica que os moradores serão convidados a embelezarem suas casas, seus condomínios, pátios e ruas.
Um olhar às necessidades dos bairros
A limpeza de pontos de depósito de lixo irregular, assim como reparos em calçamentos, iluminação, e desobstrução de bocas de bueiros estão entre as primeiras ações a serem executadas pelas equipes da prefeitura durante a força-tarefa proposta pelo programa. Segundo a prefeitura, um mapeamento realizado pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) constatou a falta de cerca de 50 placas de sinalização. Além da reposição, a pasta também pretende reforçar a sinalização em áreas escolares dos bairros.
O programa foi bem recebido pelas lideranças locais, ainda que possa encontrar certa dificuldade em conquistar a adesão dos moradores.
— Todo projeto que venha acrescentar algo pro bairro é positivo, mas é algo que trará resultados a médio prazo. De imediato é difícil porque devido a crise da pandemia, é delicado falar sobre isso com as pessoas. A nossa prioridade hoje é que o pessoal tenha comida na mesa. A prefeitura se mostrou sensível aos nossos anseios, se colocando à disposição e isso para nós já é uma luz no fim do túnel que há tempos não enxergávamos com outras gestões — afirma Carlos Alberto Borsarini, vice-presidente da Associação dos Moradores do Bairro (Amob) Belo Horizonte.
Segundo ele, o "pontapé" inicial será realmente por parte da prefeitura, suprindo demandas básicas. As representações locais também estão em fase de ouvir os moradores para acolher suas demandas e repassá-las à prefeitura.
— Acredito que estejam começando por aquilo que estava parado nas secretarias, porque apresentaram o projeto no sábado para dar início na segunda-feira sem chamar as associações para saberem o que era mais urgente. De qualquer forma, acho que toda ação é válida pra que possamos sempre melhorar o bairro e que os moradores também possam dar continuidade depois — comenta Joevil Reis da Silva, presidente da Amob Santa Fé.